terça-feira, 18 de janeiro de 2022

DÓLMEN DE ANTELAS, A GRANDE CATEDRAL DO NEOLÍTICO

 A CAPELA SISTINA!...

O Dólmen de Antelas é um exemplar raro da cultura megalítica, ainda hoje totalmente conservado. A presença intacta da mamoa é apenas uma das razões pelas quais este dólmen é um dos mais procurados da Península Ibérica.

O Dólmen de Antelas ganha ainda mais importância pelas pinturas que ostenta na superfície dos seus esteios. O vermelho e o preto utilizados estão associados a um período com mais de cinco mil anos. É, assim, fácil de perceber o fascínio por este dólmen, bastante discreto por fora mas único por dentro.

As pinturas e gravuras apresentam composições esquemáticas (geométricas), simbólicas (abstractas) e seminaturalistas (figurativas).

Pensa-se que a construção deste Dólmen terá ocorrido entre 3990 e 3700 a.C., sendo constituído pela câmara funerária, definida por oito esteios graníticos, com cerca de 2,5 metros de altura, e um corredor diferenciado da câmara, que se abre a nascente. O Dólmen estaria ainda dotado de um corredor intratumular e de um átrio de acesso, oval, que seria provavelmente o local das cerimónias religiosas e fúnebres.
Nos esteios graníticos estão representadas figurações antropomórficas  estilizadas, símbolos alusivos à Lua e ao Sol, motivos decorativos geometrizantes - como linhas serpentiformes e ziguezagueantes.
Este dólmen constituía-se como um santuário, onde se invocariam as forças da natureza e se efectuariam rituais e práticas mágicas, como o testemunham as pinturas que cobrem os esteios da anta.

Os vestígios materiais encontrados nas escavações são constituídos exclusivamente por instrumentos em pedra, com destaque para três machados de pedra polida, uma placa lisa de xisto, uma faca de sílex e diversos micrólitos, igualmente em sílex. Este espólio lítico ajudou à datação relativa da anta megalítica, que se situará, provavelmente, entre os 4500 e os 3500 anos a. C.










Nota: Pesquisa e compilação de V. Oliveira


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