terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

PORTUGAL, CRONOLOGIA DA IDADE MÉDIA


DESDE O FIM DA ROMANIZAÇÃO ATÉ À MORTE DE D. AFONSO HENRIQUES



379-468 — Período que abrange a Crónica de Idácio, galaico-romano bispo de Chaves. 
409 — Entrada de suevos, vândalos asdingos, vândalos silingos e alanos na Península. 
411 — Tratado entre os bárbaros e o Império: aqueles foram acantonados como federados — suevos e vândalos asdingos na Galícia; vândalos silingos na Bética; alanos (mais numerosos) na Lusitânia e Cartaginense.
415 — Entrada de visigodos na Península comandados por Wallia, a pedido dos romanos para combater vândalos silingos e alanos que pilhavam as regiões mais romanizadas ao sul. (?) Baquiário, presbítero de Braga que tinha praticado o priscilianismo, escreve a obra De fide, para se retratar da heresia. Morte de Ataulfo, rei visigodo.
429 — Os vândalos, senhores do sul da Península, passam à África do Norte. Os visigodos desembarcam nas ilhas Baleares e em Tânger.
430-456 — Consolidação do reino suevo na Península.
438 — O príncipe suevo Réquila, associado ao trono pelo rei Hermerico, invade a Bética e devasta várias cidades da Lusitânia, entre elas Mérida e Mértola.
441 — Réquila, rei dos suevos.
441-446 — Réquila, de Sevilha (e com a conivência de alguns membros da aristocracia local) domina toda a Lusitânia e parte da Bética.
448 — Morte de Réquila, rei suevo. O novo rei suevo, Requiário, converte-se ao catolicismo (um desafio aos arianos visigodos) e continua a assolar a Lusitânia, a Bética e mesmo a Cartaginense. É o primeiro rei bárbaro a cunhar moeda em seu nome.
451-456 — Teodorico II, rei dos visigodos. Política de extermínio visigoda contra os suevos.
456 — Requiário, rei suevo, infringindo seus acordos, ataca a Cartaginense. Teodorico II, rei visigodo, atravessa os Pireneus e dirige-se a Galécia, derrotando os suevos junto ao rio Orbigo, perto de Astorga; marcha até Braga, que é inteiramente saqueada, sem poupar cidadãos romanos, clérigos e igrejas. Depois, segue até o Porto, vencendo Requiário novamente e o condenando à morte. Por fim, entrega o reino suevo a Agiulfo, seu "cliente" da tribo dos varnas. Morte de Teodorico II, rei dos visigodos.
460 — Maldras, chefe suevo que se tinha insubordinado contra Agiulfo (morto no castrum do Porto) luta pelo poder contra Frantano — duas facções suevas rivais. É assassinado neste ano e sucedido por Frumário. Outro exército visigodo, desta vez sem o apoio romano, apodera-se de Santarém. O imperador do Ocidente, Maioriano, permanece algum tempo entre Tarragona e Cartagena, para preparar um ataque naval contra os vândalos, do qual sai derrotado. Frumário prende Idácio, galaico-romano bispo de Chaves durante alguns meses por liderar uma tentativa oculta de negociação entre os galaico-romanos e Requimundo (líder da outra facção visigoda que substituiu Frantano).
465 — Remismundo, rei suevo, retorna ao arianismo graças à pregação do bispo Ajax (ariano) na Galécia. Casa-se com uma princesa visigoda e recebe a investidura das armas de Teodorico: aliança suevo-visigótica. Os suevos convertem-se ao arianismo.
466-484 — Reinado visigodo de Eurico (sucessor de Teodorico): consolida seu domínio na Gália e conquista a Península, expulsando os romanos para o norte do rio Loire.
467 — Os suevos saqueiam Conímbriga, que desde então perde toda sua importância (sua população já começara a transferir-se para Aeminium — atual Coimbra).
468 — Lusídio, governador romano de Lisboa, entrega a cidade aos suevos; logo a seguir os suevos possuem uma guarnição em Mérida (os visigodos expulsam-nos de Mérida pouco depois).
469 — Os suevos são obrigados a evacuar Olisipone: Eurico expulsa-os da Lusitânia, repelindo-os até à Galícia. Fim da crónica de Idácio, maiores dificuldades de informações do que se passa no ocidente da Península.
534 — Destruição do reino dos vândalos pelo imperador Justiniano, imperador do Oriente. 
561 — Concílio de Braga, suscitado por São Martinho de Dume. 
573 — Leovigildo, rei dos visigodos, reduz à obediência o povo dos sappos, que viviam a ocidente de Zamora (próximo a Bragança), na fronteira com os suevos. Leovigildo torna-se rei dos visigodos de pleno direito, sucedendo seu irmão Liúva. Associa-se a seus dois filhos, Hermenegildo e Recaredo, e inicia uma política claramente inspirada nas instituições bizantinas e no direito romano (títulos, moedas e promulgação de uma versão atualizada do código visigótico). 
576 — Leovigildo ataca diretamente o rei dos suevos, Miro e este tem de pedir a paz, (morre na batalha). Sucede-lhe seu filho Eborico. Os aregenses, que habitavam na região de Orense e no norte de Portugal, sob a autoridade de um chefe chamado Aspígio, são dominados por Leovigildo, rei dos visigodos. 
578-584 — Calamidades na Península (principalmente no sul da Lusitânia): numerosas e repetidas pragas de gafanhotos, com as consequentes más colheitas e fomes, seguidas de um surto de peste. 
585 — Hermenegildo, atraiçoado por seus aliados é preso em Córdova, e assassinado (não se sabe se a mandado de seu pai). Extinção do reino suevo: seu último rei, Andeca, é derrotado em Bracara e Portucale. Leovigildo, rei dos visigodos, dirige-se à Galécia, prende Audeca num convento situado em Beja, apodera-se do tesouro régio e anexa o reino dos suevos — de nada vale a intervenção das tropas burgundas (enviadas por mar pelo rei Gontran e destroçadas no mar Cantábrico) nem a tentativa de revolta de um novo caudilho suevo, Amalarico (também derrotado): forte ocupação militar da Galécia. 
599 — O dux Cláudio, provavelmente regressado à Lusitânia, continua ainda a ser um dos principais chefes do exército, além de ser considerado mesmo em Roma, uma autoridade de grande prestígio, pois foi um dos correspondentes a quem o papa Gregório Magno se dirigiu numa das suas cartas. 
600-620 — Calamidades naturais na Galécia e Lusitânia. 
616 — Início de forte perseguição aos judeus na Península. 
631-641 — Calamidades naturais na Galécia e Lusitânia. 
654 — Rescevinto, rei visigodo, promulga o Liber Iudiciorum — última versão do código visigótico, sob a forma depois transmitida aos reinos da Reconquista. O bispo de Mérida, Orôncio, pede ao rei Rescevinto a restauração dos direitos metropolíticos de Mérida até ao Douro, após a supressão do reino suevo. 
655-672 — Recesvinto, rei dos visigodos. Após sua morte, fragmentação do poder político, novas pestes e fomes, o que mostra a incapacidade para resistir às invasões muçulmanas de 711-714. 
675 — XI Concílio de Toledo. III Concílio de Braga: condenação dos "estranhos" usos litúrgicos do norte da Península, que incluíam a celebração da missa com leite ou uvas, emprego das alfaias sagradas para usos profanos e exageradas formas de veneração dos bispos portadores de relíquias. Condenação de bispos que dizem a missa sem a estola, que vivem com mulheres e castigam os presbíteros com penas corporais (açoites). 
694 — O futuro rei dos visigodos Witiza, associado ao trono por seu pai, Égica, tem a sede do seu poder em Tui e fere de morte o pai de Pelágio). 
710 — O chefe berbere Tarif ben Ziyad, com a conivência de um dignatário visigodo rebelde de nome Julian, conduz uma força invasora através do Estreito até Tarifa. 
711 — Batalha de Guadalete (perto de Cádiz): fim do domínio visigótico na Espanha. O rei dos visigodos, Roderico, é vencido pelos mouros liderados por Tarif ben Ziyad (morre no mesmo ano). 
711-756 — Penetração e instalação de sucessivos grupos árabes e berberes. 
713 — Musa ibn Nusair instala-se, com a ajuda dos judeus revoltados, na capital (Toledo), submete também Huelva, Ossónoba (Faro) e Beja. Os visigodos de Niebla e Beja ocupam Sevilha, mas são dominados por Abd al-Aziz (filho de Musa ibn Nusair). 
714 — Segunda campanha de Musa ibn Nusair: após ter-se reunido com Tarif ben Ziyad em Toledo (aí passando o inverno de 713-714) toma Burgos, Leão, Astorga, Lugo e talvez Viseu. Musa retorna a Damasco, cai em desgraça e é substituído por seu filho 'Abd al-Aziz (com o título de váli da Hispânia): realiza novas campanhas no território da Lusitânia—Évora, Santarém e Coimbra. 
714-717 — Abdelaziz, "emir" da Península. 
716 — Assassinato de Abd-al-Aziz (filho de Musa ibn Nusair) pelos partidários do califa e substituído por al-Hurr ben Abd al-Rahman, que completa as conquistas da Península a oriente, na Catalunha. 
717 — Morte de Abdelaziz, "emir" da Península. 
718-719 — Alhor, "emir" da Península. 
718-737 — Pelágio, líder (e 1o. rei) das Astúrias. 
719 — Morte de Alhor, "emir" da Península. 
722 — Batalha de Covadonga: vitória de Pelágio, que funda o reino das Astúrias (capital Oviedo). 
730-732 — Abderraman de Gafeki, emir da Península. 



750 — (aprox.) Afonso I, o Católico, consolida o reino de Astúrias. Massacre dos omíadas ordenado pelos abássidas.
750-755 — Anos de seca e fome que dizimaram a população ibérica.
759 — Pepino, o Breve expulsa os muçulmanos do sul da França (Narbona, última praça árabe).
773 — Aparecimento da numeração árabe.
800 — O nome Castela aparece pela primeira vez para se referir a um pequeno e fragmentado distrito nas montanhas cantábricas ao norte de Burgos.
844 — Início das incursões normandas no litoral peninsular. Antipapa João. Nascimento de Mondhir, filho de Mohammed I (5o. emir de Córdova). 
848 — Nascimento de Afonso III, o Grande, rei das Astúrias.  
850-912 — Os cristãos progridem até a linha do rio Douro, assentando as bases do repovoamento do vale do rio. 
851 — Morte do mártir moçárabe de Beja, São Sisenando. 
865-874 — Anos de fome e epidemias. 
866-909 — Fernando Gonzalez funda o condado de Castela, que se estende até o rio Douro. 
866-910 — Reinado  de Afonso III, o Grande, das Astúrias: repovoamento de Braga, Portucale, Orense, Eminum (Coimbra), Viseu e Lamego.
871 — Reconquista de Coimbra pelos cristãos. 
878 — Hermenegildo Mendes, conde de Coimbra, repovoa a cidade. 
911-924 — Arias Mendes (filho de Hermenegildo Guterres), conde de Coimbra. 
914 — Transferência da capital de Oviedo para Leão: início da existência do reino de Leão. Morte de Garcia, rei de Leão. 
915-919 — Anos de secas e fome na Península. 
928-981 — Gonçalo Moniz (neto de Arias Mendes), conde de Coimbra. 
938 — Primeiro documento em que Portucale aparece com um sentido regional: território ao sul do rio Lima e a norte do Douro, já separado da Galícia.
950-997 — Gonçalo Mendes, conde de Portucale. 
976-1008 — Califado de Hisham II, 3o. califa de Córdova. Ditadura de Almançor — conquista Coimbra, Leão, e Zamora. 
996-997 — Notícia sobre Gonçalo Mendes como dux magnus das terras portucalenses, o que atesta a crescente autonomia e influência desta nova unidade política. 
999-1008 — Mendo Gonçalves II (neto de Gonçalo Mendes), conde de Portucale. 
1008 — Califado de Mohammed II, 4o. califa de Córdova. Morre no mesmo ano. Morte de Abd-al-Malik (filho de Almançor). Seu irmão Abd-er-Ramã Xandjul substitui-o como primeiro-ministro. Morte de Mendo Gonçalves II, conde de Portucale. Sem ter deixado descendentes, o governo condal cai de novo na descendência direta de Vímara Peres, por intermédio de Auvito Nunes, com o exercício simultâneo da autoridade por parte da viúva de Mendo Gonçalves II, a condessa Tutadomma. 
1008-1015 — Auvito Nunes, conde de Portucale. 
1017-1028 — Nuno Auvites, conde de Portucale. Seu casamento com uma filha de Mendo Gonçalves II volta a unir as famílias Nunes e Mendes. O cargo condal transmite-se então em linha direta a Mendo Nunes (1028-1050) e a Nuno Mendes (1059-1071), último conde de Portucale. 
1020 — Testemunho da arabização das comunidades cristãs da Beira: o cádi de Sevilha, Abul-l-Qasim realizou uma expedição a Lafões, onde encontrou uma população cristã que falava árabe, e trouxe para sua terra 300 cativos. 
1026 — O abade Tudeildus de Vacariça refugia-se em Leça, junto ao Porto, ficando aí até o resto de sua vida — exemplo de emigração moçárabe. 
1028-1050 — Mendo Nunes, penúltimo conde de Portucale. 
1037 — Unificação da meseta em benefício de Castela, com Fernando I, o Magno, de Castela e Leão e Astúrias (Galícia e Portugal). Derrota e morte do (11o.) rei de Leão Bermundo III. Al-Ma'mun, rei de Toledo. 
1059-1071 — Nuno Mendes, último conde de Portucale. 
1064 — Conquista definitiva de Coimbra no reinado de Fernando I, o Magno, de Castela, Leão e Astúrias. Os cruzados tomam a cidadela de Barbastro: recolhem imenso espólio. Fundação da primeira escola em Portugal, instalada em Coimbra, tendo um monge beneditino como responsável.

1070 —Introdução da Reforma Cluniacense na Península. Os almorávidas fundam Marrakech. Restauração do bispado de Braga.
1071 — Morte do conde português Nuno Mendes em Pedroso numa revolta contra o rei de Galiza, perto de Braga: decadência da nobreza condal portucalense.
1075 — Início da construção da catedral de Santiago de Compostela sob as ordens do mestre francês Bernard le Vieux. Morte de Sesnando, bispo do Porto.
1075-1091 — Pedro, bispo de Braga, governa a Sé do Porto.
1080 — Concílio de Burgos: substituição do rito moçárabe pelo romano. Afonso VI de Leão e Castela impõe o rito romano a todo seu reino. Bernardo de Sédirac chega a Castela como abade de Sahagún. Restauração do bispado de Coimbra. Antipapa Clemente III, parmesão.
1081 — O papa Gregório VII (toscano, 1073-1085) pede a Afonso VI de Leão e Castela para não deixar os judeus dominar, em suas terras, os cristãos e exercer seu poder sobre eles. Nascimento de Urraca, de Leão e Castela (filha de Afonso VI).
1089 — Bernardo sagra a catedral de Braga.
1091 — Os almorávidas matam o rei de Sevilha. Morte do alvazil de Coimbra, Sesnando, que resistia à introdução da liturgia romana.
1092 — Derrota de Afonso VI de Leão e Castela em Jaén. Crescónio, bispo de Coimbra, sagra a igreja abacial de Pendorada. Morte de Sisnando, governador de Coimbra e fiel servidor de Fernando, o Magno e Afonso VI de Leão e Castela: recusou-se a receber o rito romano (era adepto do rito moçárabe, ou hispânico). Crescónio de Tui (fiel ao rito romano), designado bispo de Coimbra pelo Concílio de Husillos.
1093 — Al Mutawakkil, rei de Badajoz (reino taifa) entrega Lisboa, o castelo de Sintra e Santarém a Afonso VI de Leão e Castela. Bernardo, núncio papal para toda a Espanha. Eleição de Dalmácio, monge francês de Cluny, para o bispado de Santiago de Compostela. Soeiro Mendes, senhor de Maia, governador de Santarém e da fronteira.
1094 — Tomada de Valência por El Cid, rei de Valência em nome de Afonso VI de Leão e Castela: derrota um exército almorávida vindo da África. D. Raimundo governa o território desde a Galícia ao Tejo. Casamento de D. Teresa (herdeira de Leão e Castela) com D. Henrique, quarto filho do duque de Borgonha (recebe como dote o Condado Portucalense). Os almorávidas retomam Lisboa e Sintra. Crescónio, bispo de Coimbra, consegue junto ao conde D. Raimundo o patronato do mosteiro da Vacariça, da diocese de Coimbra. Morte de Sancho III Ramirez de Navarra (filho de Sancho I, 2o. rei de Aragão).
1095 — Derrota do conde D. Raimundo na tentativa de recuperar Lisboa aos almorávidas. Começo do governo no condado de D. Henrique ao sul do Minho. Fuero de Logroño e Santarém, concedido por Afonso VI de Leão e Castela; no mesmo ano este ainda funda o centro de Sahagún. Morte de al-Mutamid no Marrocos como prisioneiro de Iusuf. Pregação da Cruzada em Clermont pelo papa Urbano II.
1096 — Morte de Dalmácio, bispo de Santiago de Compostela. Vacância do bispado até 1101, com a eleição de Diego Gelmírez. O conde D. Henrique dá um foral à cidade de Guimarães (residência habitual dos antigos condes portucalenses) e outro ao burgo de Constantim de Panoias. O papa Urbano II manda voltar os espanhóis que seguiam para Jerusalém (1a. cruzada).
1099 — Morte do Cid. Governo em Valência de Ximena. Geraldo, eleito bispo de Braga, sagrado pelo primaz de Toledo na abadia de Sahagún: desenvolve intensa atividade eclesiástica, moral e administrativa.
1099-1108 — Maurício Burdino governa a diocese de Coimbra.
1100 — Batalha de Malagón: D. Raimundo e D. Henrique juntos no combate. Geraldo, bispo de Braga, consegue em Roma, junto ao papa Pascoal II, o reconhecimento da dignidade metropolítica para a sua sé. Nasce o infante Sancho, filho de Afonso VI de Leão e Castela e da moura Zaida, nora do rei de Sevilha. O papa Pascoal II nega o pedido de Afonso VI de Leão e Castela para participar da Cruzada.
1103 — Batalha de Vatalandi, onde morre Soeiro Fromarigues, senhor de Grijó. Geraldo, bispo de Braga, consegue em Roma, junto ao papa Pascoal II, a enumeração das seguintes dioceses sufragâneas: Astorga, Mondoñedo, Orense e Tui (na Galiza), e Porto, Coimbra, Lamego e Viseu (em Portugal). O conde D. Henrique põe-se a caminho de Jerusalém (não chegou a realizá-la). O conde D. Henrique em Sahagún.
1104 — (Fevereiro, março maio e setembro) O conde D. Henrique em Castela. Afonso VI de Leão e Castela passa a considerar o infante Sancho seu herdeiro. Morte de Pedro I, 3o. rei de Aragão.
1104-1108 — Peregrinação de Maurício Burdino, diácono de Coimbra, a Jerusalém.
1105 — O conde D. Henrique em Santo Isidro de Las Dueñas e Burgos. Pacto entre D. Henrique (casado com D. Teresa) e D. Raimundo (casado com Urraca) sobre a sucessão do reino de Leão e Castela, na presença do legado cluniacense Dalmácio Geret: Henrique reconhece Raimundo como legítimo herdeiro dos reinos de Leão, Castela e Galiza, colocando-se como seu vassalo. Nasce Afonso Raimundes, filho de Raimundo e Urraca.
1106-1108 — O conde D. Henrique em Portugal.
1107-1144 — Sultanato almorávida (2o.) de Ali ibn Yusuf.
1108 — Batalha de Uclés: morte do filho único de Afonso VI de Leão e Castela (o infante D. Sancho) em derrota diante os mouros. Afonso VI manda reunir cortes em Toledo para decidir a sucessão do trono. Morte de São Geraldo. Maurício Burdino o sucede na arquidiocese de Braga. Peregrinação do clérigo bracarense Honoricus a Jerusalém.
1109 — Morte de Afonso VI de Leão e Castela em Toledo. Morte do abade Hugo de Cluny, partidário do conde D. Henrique. (?) O conde D. Henrique toma o castelo de Sintra. O papa Pascoal II exorta o clero português que anime o povo a continuar a guerra contra os mouros. O príncipe norueguês Sirgud diz, a respeito de Lisboa, que sua população é "meio cristã, meio pagã".
1110 — (Janeiro) Batalha de Valtierra: D. Henrique participa a serviço de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão, e Urraca contra o rei de Saragoça. (Outubro) Batalha de Candespina: D. Henrique luta com o rei de Aragão contra as tropas da rainha Urraca. (Novembro) D. Henrique passa para o lado de Urraca e cerca o marido desta (Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão) em Peñafiel. O papa Pascoal II exorta novamente o clero português a incentivar o povo a continuar a guerra contra os mouros.
1111 — Os almorávidas, sob o comando de Sir ben Abu Bakr, apoderam-se de Santarém e Saragoça. Rebelião dos habitantes de Coimbra contra delegados do conde D. Henrique: foral da cidade. Martinho Moniz se rebela contra D. Henrique. Forais de Sátão, Soure, Tavares e Azurara da Beira que reproduzem o modelo de Coimbra.
1111-1112 — O conde D. Henrique em Leão e Coimbra, onde pacifica a cidade.
1112 — O conde D. Henrique em Astorga, onde morre. D. Teresa regente. Restauração do bispado de Portucale. Hugo de Compostela é nomeado para a diocese do Porto. Foral de Tavares concedido por D. Henrique.
1114 — Os almorávidas avançam até Barcelona. Bula papal que separa Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão de Urraca. Sagração episcopal do bispo de Lugo, sufragâneo de Braga.
1116 — Primeira menção conhecida de uma feira na Península: a de Belorado. Os mouros tomam Miranda do Corvo e o castelo de Santa Eulália.
1117 — Raimundo Berengário III, conde de Barcelona, unifica o espaço político catalão. Os mouros incendiam os arrebaldes de Coimbra: morte de centenas de cristãos. Urraca, rainha de Leão e Castela, assina um acordo com os representantes de Afonso Henriques, reconhecendo sua autoridade sobre Galiza e Toledo, reservando para si o governo de Leão e o resto de Castela.
1120 — Na Palestina, Raymund du Puy organiza a Ordem do Hospital como uma ordem religiosa e militar. (17/02) Bula papal que atribui a Diego Gelmírez, arcebispo de Santiago de Compostela, direitos metropolíticos sobre Mérida (ainda sob o jugo muçulmano), com dioceses sufragâneas de Coimbra e Salamanca. (18/02) O arcebispo de Santiago de Compostela Diego Gelmírez é nomeado legado da Sé Apostólica sobre as províncias eclesiásticas de Braga e Mérida. A rainha de Leão e Castela Urraca invade Portugal e saqueia todo o território: D. Teresa refugia-se no castelo de Lanhoso, sujeitando-se à irmã.
1121 — O arcebispo de Braga consegue do papa os direitos metropolíticos sobre as dioceses de Viseu, Lamego e Idanha, todas pertencentes outrora à província de Mérida, portanto sufragâneas de Santiago de Compostela. Casamento de Urraca Henriques, filha de D. Teresa, com Bermundo Peres (da família dos Travas).
1122 — Bula papal ordenando a D. Teresa a libertação do arcebispo de Braga. Concordata de Worms: fim de uma fase da luta das Investiduras. Peregrinação de Petrus Gunsalviz a Jerusalém.
1125 — Fundação da feira de Ponte de Lima. Começam em Toledo as grandes traduções do árabe para o latim. (?) D. Afonso Henriques arma-se cavaleiro em São Salvador de Zamora no dia de Pentecostes.
1127 — Acordo de Zamora entre Afonso VII de Leão e Castela, D. Teresa e Fernão Peres. Ação militar de Afonso VII de Leão e Castela contra o rei de Aragão: acordo no vale de Tâmara. Afonso VII de Leão e Castela submete pela força sua tia D. Teresa, que se recusava a prestar-lhe vassalagem. Cerco de Guimarães: expedição militar de Afonso VII de Leão e Castela a Portugal, resistência de D. Afonso Henriques. Primeiro foral de Satão.
1128 — Batalha de S. Mamede: D. Afonso Henriques vence sua mãe D. Teresa e os nobres partidários da ligação com a Galícia e passa a governar com o título de rei (D. Afonso I): infante e príncipe (1128-1139). (?) D. Teresa doa a primeira casa conventual dos hospitalários em Portugal, o mosteiro de Leça do Bailio. Raimundo Bernardo, cavaleiro templário, dirige-se à Península para reunir dinheiro e alistar membros para a Ordem. Em março, se encontra na corte portuguesa. (19.03) A Ordem do Templo se instala em Portugal: D. Teresa doa à ordem o castelo do Soure, no rio Mondego e todas as terras entre Coimbra e Leiria, as quais estavam despovoadas e ainda em poder dos infiéis (confirmado em 29 do mesmo mês). O co-regente conde Fernando e dezesseis nobres portugueses, apoiam a doação do lugar de Fontacarda de D. Teresa aos templários. Concílio de Troyes estabelece a regra da Ordem do Templo. Morte do conde Pedro Froilaz, tutor de Afonso VII de Leão e Castela. Foral de Guimarães confirmado por D. Afonso Henriques.
1128-1137 — Afonso I de Portugal em rebelião aberta contra Afonso VII, de Leão e Castela.
1129 — Doação de Afonso I de Portugal a Monio Rodrigues (documento onde afirma a posse de todas as cidades de Portugal). (?) Afonso I de Portugal entrega o castelo de Soure aos templários, confirma a doação do castelo do Soure e se declara "irmão templário". Lourenço Viegas de Ribadouro, filho de Egas Moniz, primeiro alferes-mor do palácio luso.
1130 — Morte de D. Teresa, a condessa portucalense destronada.
1131 — Afonso I de Portugal abandona Guimarães, antiga residência dos condes de Portucale, para fazer de Coimbra o centro de suas deslocações através de seus domínios.
1132 — Fundação do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra por D. Telo, arcediago da Sé Catedral. Anteriormente a essa data, os cavaleiros hospitalários, sob a chefia do vigário da ordem, Paio Galindes, se estabelece em Portugal, adquirindo bens imóveis (documento de Santa Cruz de Coimbra).
1133 — São Teotônio, prior da comunidade de Santa Cruz de Coimbra.
1134 — Morte de Afonso I, o Batalhador, de Navarra e Aragão: restauração do reino de Navarra. Em seu testamento, Afonso I, o Batalhador, que não deixou herdeiros, doou seu reino às ordens do Templo e do Hospital. Concílio de Tarragona, em Aragão: nenhum sarraceno pode abraçar o judaísmo e nenhum judeu pode tornar-se sarraceno. Os Regrantes introduzem a regra de Santo Agostinho em mosteiros antigos no norte do país. Afonso I de Portugal concede albergaria a Marão, com o intuito de repovoamento e confia sua proteção à Santa Sé.
1135 — Nascimento em Córdova de Maimônides (1135-1204), médico, teólogo e filósofo judeu. Coroação de Afonso VII, rei de Castela, em Burgos, como imperador. Construção do castelo de Leiria por Afonso I de Portugal. Morte de Ermígio Moniz, irmão de Egas Moniz e provável chefe da linhagem de Ribadouro. Isenção canônica dos cônegos regrantes de Coimbra.
1136 — Foral de Miranda do Corvo. Foral de Seia. Afonso I de Portugal concede albergaria a Gavieiras e confia sua proteção à Santa Sé.
1136-1146 — Egas Moniz de Ribadouro, magnate portucalense, segundo como dapifer curiae, espécie de mordomo-mor da corte de Afonso I de Portugal.
1137 — Tratado de Tui, para a paz entre portugueses e leoneses. Morte de Ramiro II, o Monge, 5o. rei de Aragão. Constituição da coroa de Aragão: matrimônio de Raimundo Berengário IV de Barcelona e Petronila, filha de Ramiro II, o Monge, de Aragão. Assim, o condado de Barcelona é unido ao reino de Aragão. Foral de Penela. Um exército português é exterminado perto de Tomar.
1137-1139 — Foral da pequena comunidade rural de Ansiães concedido por Afonso I de Portugal.
1139 — Batalha de Ourique: vitória de Afonso I de Portugal sobre os muçulmanos; começa a utilizar o título de rei: 1139-1185. Bula papal Omne datum optimum estabelece os privilégios da Ordem do Templo. Segundo foral de Satão, concedido por Afonso I de Portugal. Isenção canónica do mosteiro canonical de Grijó.
1140 — Afonso I de Portugal invade a Galícia e reconquista Santarém. Santarém já possui uma comunidade judaica com sinagoga (a mais antiga de Portugal). Cistercienses e premonstanenses estabelecem seus primeiros monastérios na Península. Os mouros arrasam o castelo de Leiria. (?) Presença de Afonso I de Portugal em Valdevez. Afonso I de Portugal concede carta de couto aos cavaleiros hospitalários, comprovando a posse de Leça do Bailio com seus bens e couto. Auge da carreira de Ibn Jachia, judeu favorito de Afonso I de Portugal, mordomo real e cavaleiro-mor.
1140-1217 — Oito frotas de cruzados do Mar do Norte ou do Canal da Mancha são retidas pelos portugueses e convencidas a guerrear os mouros na Península.
1142 — Afonso I de Portugal manda construir o castelo Germanelo, junto ao Rabaçal, além dos castelos de Alvorge e Ancião. Segundo o primeiro foral de Leiria, Afonso I de Portugal recupera o castelo de Leiria. Uma considerável armada de cruzados devasta os arredores de Lisboa.
1142-1144 — Foral de Germanelo concedido por Afonso I de Portugal.
1143 — Intervenção do legado papal Guido da Vico (cardeal e diácono de São Cosme e Damião). Tratado de Zamora: Afonso VII, o Imperador, de Castela, reconhece o novo reino de Portugal. É oficialmente o nascimento do reino. Afonso I de Portugal coloca o reino sob a proteção (vassalagem lígia) da Santa Sé. Presença de Afonso I de Portugal em Zamora. Morre em Marrocos o emir Ali ben Yusuf. Após demoradas negociações entre Raimundo Berengário IV e Roberto de Craon (mestre templário), ficou acertado que os templários ficariam com Monzón e outros lugares de Aragão. Desde essa data se encontra em Portugal o cavaleiro templário Hugo de Martónio, que mais tarde recebe o título de mestre dos templários em Portugal. Sancho I de Portugal incumbe o mestre do Hospital de fazer chegar às mãos do papa, por dois cavaleiros que iam à Roma, 504 morabitinos, em que importavam, à razão de 04 onças, os anos decorridos desde o Concílio de Latrão III.
1144 — Ataque dos mouros ao castelo de Soure, de propriedade templária: a ordem é derrotada. Os discípulos de Ibn Qasi ("muridin", os adeptos) tomam Mértola e lhe entregam a cidade para governar. Foral de Espinho, Panoias, no concelho de Mortágua, concedido por Afonso I de Portugal. Morte do 2o. sultão almorávida, Ali ibn Yusuf.
1145 — Fim da dominação almorávida em al-Andaluz: segundos reinos de taifas em Mértola, Silves e Évora. O concelho de Coimbra proíbe seus cidadãos de ir a Jerusalém para a Segunda Cruzada. Apelação em Coimbra para seus habitantes auxiliarem os do castelo de Leiria. Casamento de Afonso I de Portugal com Matilde, filha do conde Amadeu II de Sabóia e Piemonte. A Ordem do Templo recebe em Portugal uma região florestal, onde fundarão Pombal e Redinha. (Agosto) O arcebispo de Braga, D. João, com o seu cabido, e com a aprovação e o consentimento de Afonso I de Portugal, confirmou e de novo concedeu aos templários o hospital que o arcebispo D. Paio havia fundado e dotado em Braga, para uso dos pobres e miseráveis.
1146 — Penetração almôada na Península (os reinos independentes de al-Andaluz são submetidos). Mendo Fernandes de Bragança, quinto alferes-mor do palácio luso.
1146-1155 — Fernão Peres Cativo, de origem galega, terceiro mordomo-mor do palácio, um dos mais fiéis seguidores de Afonso I de Portugal e fundador da casa de Soverosa.
1147 — Afonso I de Portugal reconquista (com a ajuda dos cruzados) Lisboa, Santarém e al-Usbuna: fixação da linha do Tejo: oferece domínios aos cruzados que quiseram ficar em Portugal. Os templários recebem de Afonso I de Portugal vastos domínios, juntamente com os direitos eclesiásticos de Santarém, logo depois da conquista da cidade, quando foi ajudado por alguns cavaleiros da ordem (primeira entrada dos templários nos exércitos do rei português). Tomada de Almería por Afonso VII, o Imperador, de Castela. Nascimento de Santo Antônio de Lisboa. Fundação em Portugal da Ordem de Avis. Conquista de Sevilha por Barraz ben Muhammad al-Masufi, general do califa almôada Abd al-Mumin. Afonso VII, o Imperador, de Castela, toma o porto mediterrâneo de Almeria. Morte do 3o. sultão almorávida, Teshoufin ibn Ali (fim do sultanato almorávida).

1148 — Raimundo Berenguer IV de Aragão reconquista Tortosa. Protestos de Afonso VII, o Imperador, de Castela, quanto às nomeações eclesiásticas de Afonso I de Portugal para os bispados de Lisboa (o inglês Gilberto de Hastings), Viseu Odório e Lamego (o cônego regrante de Coimbra Mendo). Todos sagrados pelo arcebispo de Braga, que assim afirma sua independência de Santiago de Compostela e Toledo: resposta do papa Eugênio III. 
1151 — Afonso VII, o Imperador, de Castela põe cerco a Jaén. Tratado de Tudilém entre Afonso VII, o Imperador, de Castela e Raimundo Berengário IV, de Aragão, sobre a partilha das terras a conquistar. Ibn Qasi tenta uma aliança com Afonso I de Portugal; é morto (1152) e sua cabeça entregue espetada na lança que recebera de presente de Afonso I de Portugal. O bispo de Lisboa, Gilberto de Hastings vai à Inglaterra pregar a cruzada e tentar convencer seus compatriotas a organizarem uma expedição a Sevilha, esperada por Afonso VII, o Imperador, de Castela. Foral de Arouce (junto a Lousã) concedido por Afonso I de Portugal. (?) Morte de Ibn Jachia, judeu, mordomo real, cavaleiro-mor e favorito de Afonso I de Portugal.
1152 — Criação da feira de Valladolid. Foral de Mesão Frio e Banho (junto a São Pedro do Sul) concedido por Afonso I de Portugal.
1153 — Primeira menção conhecida de uma feira em Catalunha: a de Moyá. Fundação em Portugal da abadia cisterciense de Alcobaça. Afonso I de Portugal chama os Cistercienses a Alcobaça, dando-lhes enorme território, onde esta ordem começa a desbravar. Acordo de Sahagún: Fernando (II) assina um acordo com seu irmão Sancho (III), no qual reserva para si a posse da zona do Alentejo e Algarve.
1154 — Foral concedido por Afonso I de Portugal aos cavaleiros de Sintra. Isenção canônica do mosteiro canonical de Refojos de Lima. Visita do cardeal legado Jacinto a Coimbra, Tibães e Tui.
1155 — Bispos portugueses tomam parte no concílio de Valladolid, no qual o cardeal legado Jacinto promulga uma expedição contra os mouros e concede indulgências. Nascimento de Afonso VIII de Castela, filho de Sancho III de Castela.
1156 — Domínio almôada no sul de Portugal. Fundação em Castela da Ordem de Alcântara. Afonso I de Portugal faz mais doações a mestre Gualdim Pais, o procurador dos templários em Portugal (Foral de Ferreira). Os templários dão foral a Ferreira de Alves.
1156-1169 — Foral de Barcelos concedido por Afonso I de Portugal.
1158 — Afonso I de Portugal toma Alcácer do Sal com a ajuda de alguns cruzados. Tratado de Sahagún entre os filhos de Afonso VII, o Imperador, de Leão e Castela. Morte de Sancho III, 1o. rei de Castela, filho de Afonso VII, o Imperador, de Leão e Castela. Afonso I de Portugal passa aos templários uma carta de liberdade e imunidade para eles e suas terras, igrejas, homens e quaisquer possessões que tivessem ou viessem a ter.
1159 — Afonso I de Portugal doa à Ordem do Templo o castelo de Ceras (ou Cera), algum tempo mais tarde transferido para Tomar (ver 1160). Os templários ficam assim encarregados da defesa de Santarém e de Lisboa, além de desenvolverem intensa atividade colonizadora. Isenção canônica para os templários em Portugal. Os templários dão foral à Redinha.
1160 — Fundação da Ordem de Santiago. Foral de Celeirós concedido por Afonso I de Portugal. Afonso I de Portugal recebe em Tui o conde de Barcelona, Raimundo Berenguer IV para negociar com ele o casamento de seu filho Raimundo com a princesa Mafalda: política de aproximação entre Portugal e a Catalunha ou Aragão. Afonso I de Portugal e Fernando II de Leão encontram-se no mosteiro beneditino de Celanova, na Galiza, celebrando um acordo que restituía a Fernando II a cidade de Tui e o respectivo território. Os templários fundam a primeira igreja, sob a invocação de Santa Maria do Olival. Lançam também os fundamentos do castelo de Tomar, sobre um alto e escarpado cerro, na margem direita do rio Nabão. Também se dá princípio à vila de Tomar.
1160-1190 — Templários e Hospitalários portugueses colocaram no mercado os rendimentos das suas enormes propriedades no Norte.
1162 — Geraldo sem Pavor toma a cidade de Beja aos muçulmanos. Afonso I de Portugal exerce atos de soberania sobre Límia. Peregrinação do conde Gonzalo a Jerusalém. A vila de Tomar, pertencente aos templários, já possui um bom número de povoadores; mestre Gualdim dá foral a ela. Morte de Petronila, 6a. rainha de Aragão. Morte de Santo Teotônio, primeiro prior do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
1163 — Isenção canônica aos mosteiros cistercienses de Tarouca e Lafões. Gilberto de Hastings, bispo de Lisboa, vai à França pedir a Luís VII voluntários para a cruzada na península. Afonso I de Portugal recupera Toronho e estende sua autoridade a Salamanca. Morte do 1o. sultão almôada, Abd-el-Moulmin. Canonização de Santo Antônio. A cidade de Viseu toma-o como padroeiro.
1164 — Isenção canónica para o mosteiro de Alcobaça. A Ordem de Calatrava é confirmada pelo papa Alexandre III.
1165 — Conquista definitiva de Évora por Geraldo sem Pavor; toma ainda as cidades de Trujillo, e Cáceres. Afonso I de Portugal se encontra com Fernando II de Leão em Pontevedra e selam novo acordo de paz. Afonso I de Portugal doa aos templários Idanha-a-Velha e Mosanto.
1166 — Foral de Évora. Geraldo sem Pavor toma os castelos de Montánchez, Serpa e Juromenha; se instala nesta última, assediando Badajoz. Fernando II de Leão conquista Alcântara. Afonso I de Portugal manda edificar o castelo de Coruche. Fernando II de Leão se casa com Urraca Afonso, filha de Afonso I de Portugal. Entram em Portugal alguns membros da ordem castelhana de Calatrava, estabelecendo-se em Évora.
1169 — Desastre de Afonso I de Portugal e Geraldo sem Pavor em Badajoz: Fernando II de Leão, aliado dos almôadas, aprisiona o rei de Portugal (o solta em seguida). Foral ao concelho de Linhares concedido por Afonso I de Portugal. Pêro Pais da Maia, sexto alferes-mor do palácio luso, incompatibilizado com Afonso I de Portugal, passa ao reino de Leão, onde Fernando II lhe confia o mesmo cargo na sua corte. Afonso I de Portugal faz uma doação à catedral de Tui. Afonso I de Portugal, em Lafões, doa aos templários a terça parte de tudo o que conquistasse no Alentejo. O príncipe D. Sancho de Portugal passa a orientar a política portuguesa.
1170 — Fernando II de Leão funda a Ordem de Santiago da Espada (de Cáceres, de Uclés, ou de Santiago). As ordens de Calatrava e Santiago se instalam em Portugal. Sayyid Abu Hafs, irmão do califa em Marrocos, comanda um poderoso exército e chega a Badajoz; retirada de Fernando II de Leão. Afonso I de Portugal arma cavaleiro seu filho Sancho (I), de 17 anos, no dia da festa da Assunção de Nossa Senhora. Os cavaleiros templários, que já fazem há mais de vinte anos a defesa de Lisboa, são reforçados para lá do Tejo pela ordem de Évora, e na Beira interior, pelos de Santiago. Os templários dão foral aos povoadores do castelo de Almourol.
1172 — Começa a construção da catedral de Ávila. Construção do minarete da mesquita de Sevilha, "La Giralda". Morte de Ibn Mardanish, o "rei Lobo" de Múrcia, último a resistir ao avanço almôada. Seu filho decide submeter-se ao califa Abu Yaqub. (?) Geraldo sem Pavor ataca e pilha Beja. Afonso I de Portugal entrega o castelo de Mosanto (dos templários) à Ordem de Santiago, além da vila de Arruda.
1173 — Beja é abandonada. Acordo de Sevilha: o conde Nuno de Lara (tutor do pequeno rei Afonso VIII, filho de Sancho III) e Afonso I de Portugal pedem uma trégua de cinco anos a Yusuf I. Geraldo sem Pavor passa a servir o califa e se instala em Sevilha (até 1176). Visita do cardeal Jacinto a Portugal.
1174 — Casamento de Sancho I, filho de Afonso I de Portugal, com D. Dulce, filha de Raimundo Berenguer IV, rei de Aragão. Fernando II de Leão tem de suportar o ataque de Abu Hafs, um dos chefes, de Abu Yaqub Yusuf. Este toma as fortalezas de Alcântara e de Cáceres; cerca ainda a Cidade Rodrigo, que conseguiu resistir. Afonso I de Portugal concede carta de couto ao mosteiro cisterciense de Santa Maria de Aguiar. O foral da vila de Tomar (ver 1162), dos templários, é ampliado. Os templários dão foral aos povoadores do castelo do Zezêre.
1174-1175 — Yusuf I manda repovoar Beja e reconstruir suas muralhas.
1175 — Afonso I de Portugal funda a Ordem de Évora, milícia portuguesa, e entrega seu comando ao governador militar de Lisboa e da Estremadura, Gonçalo Viegas de Lanhoso. Fernando II de Leão, pressionado pela Santa Sé, separa-se de sua esposa Urraca Afonso, filha de Afonso I de Portuga e irmã de Sancho.
1176 — Afonso I de Portugal confia a defesa de Coruche à Ordem de Évora. Os templários dão foral aos povoadores da terra e castelo de Pombal.
1178 — Fernando II de Leão repele um ataque de seu sobrinho Afonso VIII de Castela em Terra de Campos. Sancho I de Portugal organiza uma expedição em território muçulmano, alcançando e destruindo os arredores de Sevilha, na margem direita do Guadalquivir. Morte do 2o. sultão almôada, Yusuf abou Yacoub.
1179 — Reconhecimento da independência de Portugal pelo papa Alexandre III (bula Manifestis probatum): Afonso I de Portugal quadruplicou o censo que pagava à cúria romana, pagando de uma só vez 1.000 peças de ouro. Forais de Lisboa, Santarém, Évora e Coimbra: estímulo das atividades comerciais e artesanais. Tratado de Cazorla entre Afonso VIII, o Nobre, de Castela e Afonso II de Aragão (repartição de terras a conquistar em território muçulmano, excluindo qualquer vassalagem entre eles): Afonso VIII, o Nobre, de Castela, renuncia assim a qualquer pretensão de supremacia sobre Aragão. D. Afonso I de Portugal dispõe em seu testamento de "8.000 mosmodiz e 400 marcos de prata menos 24, pelo que dá 162 maravedis e 6.000 maravedis maiores" à Ordem do Hospital. Gonçalo Viegas de Lanhoso, mestre da Ordem de Évora, é chamado para organizar a defesa da zona de Lisboa, atacada constantemente por mar. Multiplicação dos ataques mouros: represálias ao ataque de Sancho I a Sevilha. Abrantes sofre um ataque conduzido pelo próprio filho do califa e por seu irmão.
1180 — (aprox.) Fuero de San Sebastián, concedido por Sancho VI de Navarra. Batalha de Arganal (perto de Cidade Rodrigo): Sancho I de Portugal (ainda infante) sofre pesada derrota frente a Afonso VIII, o Nobre, de Castela (seu tio) em sua ofensiva sobre a região de Ribacoa. Coruche (pertencente aos cavaleiros de Évora) é atacada pelos almôadas: seu castelo é destruído e seus habitantes levados em cativeiro.
1183 — (01.07) Novas hostilidades entre Sancho I de Portugal e Afonso VIII, o Nobre, de Castela, entre Fresno e Lavandera (pretensões expansionistas de Sancho I de Portugal).
1184 — Grande ofensiva fracassada dos almôadas contra Santarém, onde morre o emir de Marrocos Yacub Yusuf (a cidade foi defendida por Sancho I de Portugal). É aclamado emir Yaqub al-Mansur, filho de Yacub Yusuf.

1185 — Morre D. Afonso I (Henriques) de Portugal.

Nota: Resumo de um artigo pesquisado pelo Prof. Dr. Ricardo da Costa e com introdução de imagens de V. Oliveira


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