quinta-feira, 11 de julho de 2013

DE ONDE VEM O NOME "ANGOLA" ?

O nome "Angola" tem raíz no termo "Ngola" que era título de um dos potentados Ambundos que existia no Antigo Reino do Ndongo, entre o Anzele, Ambaca e Pungo Andongo (nas actuais províncias do Bengo, Kwanza Norte, Kwanza Sul e Malange) no tempo do início da expansão da influência dos portugueses sobre o Antigo Reino de Ndongo, na segunda metade do Século XVI.

Ngola A Kiluanje (1515-56) foi o lider do potentado mais destacado do Antigo Reino do Ndongo, sendo conhecido por Ngola A Kiluanje Inene (o Grande Ngola). Ngola A Kiluanje Inene fundou uma dinastia do que mais tarde se havia de vir a conhecer como o Reino de Angola, que entao compreendia, entre outros, os distritos da Ilamba, do Lumbo, do Hari, da Quissama, do Haku e do Musseke. Inicialmente o Ndongo era um chefado vassalo do Antigo Reino do Congo ate Ngola A Kiluange Inene se declarar independente. Outros reis do Antigo Reino do Ndongo independente foram o Rei Ndambi A Ngola (1556–c.1562), o Rei Ngola Kiluanje kia Ndambi (c. 1562-c. 1575), o Rei NjingaNgola Kilombo kia Kasenda (c. 1575–1592), o Rei Mbandi Ngola Kiluanje (1592-1617), o Rei Ngola Nzinga Mbandi (1617-1624), e a Rainha Nzinga Mbande (Ana de Sousa) que reinou de 1624 a 1626. Em 1626 os Portugueses conquistaram o Reino de Angola, passando este a ser vassalo de Portugal. Durante este periodo foram reis do Ndongo Dom Hari A Kiluanje que governou em 1626, e o Rei Ngola Hari, que governou de 1627 a 1657.

O termo "Ngola" tem por sua vez raíz no termo "Ngolo", o que em quimbundo (língua do povo Ambundo) significa "força", de acordo com o "Ensaio de Diccionário Kinbundu-Portuguez", preparado por Joaquim Dias Cordeiro da Matta, impresso na Typographia e Stereotypia Moderna da Casa Editora António Maria Pereira, e publicado em Lisboa no ano de 1893. O mesmo termo em quicongo (lingua do povo Bakongo) significa "rigor, força, fortaleza, ou robustez". Os Portugueses depreenderam assim que o Ngola era aquele que tinha força, aquele que era poderoso.

Apesar de inicialmente o nome e título de Ngola se aplicar sómente aos potentados e região ao longo do curso superior dos rios Lucala e Cuanza, o uso do termo passou a aplicar-se a outras regiões e chefes vizinhos que viriam formar eventualmente o núcleo do domínio português na região. Aos chefes Ngola os Portugueses chamavam-nos "Ngola" e à região chamavam as "Terras do Ngola".

Desde então, as terras vizinhas ao longo dos rios Lucala e Cuanza, sob a tutela dos Ngola e mais tarde conquistadas pelos Portugueses, passaram a ser chamadas e reconhecidas nos mapas e documentos oficiais da época como "Terras do Ngola", depois como "Terras d'Angola", e desde então a colónia portuguesa passou a chamar-se simplesmente "Angola".

Da mesma forma, e conforme Ferreira Diniz (Populações Indígenas de Angola, Imprensa da Universidade, Coimbra, 1918), o nome Ngola acabou por aplicar-se também a alguns grupos do povo Ambundo que ocupavam o mesmo território, incluindo os Ambaquistas, Golungos, Cabires e Dondos, que habitavam a região entre os rios Cuanza, Lifune e Zenza, e que se estendia até aos rios Cuiji (afluente do Cuango) e Gola Luige (afluente do Lucala).

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