DE ONDE VEM O NOME "ANGOLA" ?
O nome "Angola" tem raíz no termo "Ngola" que era título de um dos
potentados Ambundos que existia no Antigo Reino do Ndongo, entre o
Anzele, Ambaca e Pungo Andongo (nas actuais províncias do Bengo, Kwanza
Norte, Kwanza Sul e Malange) no tempo do início da expansão da
influência dos portugueses sobre o Antigo Reino de Ndongo, na segunda
metade do Século XVI.
Ngola A Kiluanje (1515-56) foi o lider
do potentado mais destacado do Antigo Reino do Ndongo, sendo conhecido
por Ngola A Kiluanje Inene (o Grande Ngola). Ngola A Kiluanje Inene
fundou uma dinastia do que mais tarde se havia de vir a conhecer como o
Reino de Angola, que entao compreendia, entre outros, os distritos da
Ilamba, do Lumbo, do Hari, da Quissama, do Haku e do Musseke.
Inicialmente o Ndongo era um chefado vassalo do Antigo Reino do Congo
ate Ngola A Kiluange Inene se declarar independente. Outros reis do
Antigo Reino do Ndongo independente foram o Rei Ndambi A Ngola
(1556–c.1562), o Rei Ngola Kiluanje kia Ndambi (c. 1562-c. 1575), o Rei
NjingaNgola Kilombo kia Kasenda (c. 1575–1592), o Rei Mbandi Ngola
Kiluanje (1592-1617), o Rei Ngola Nzinga Mbandi (1617-1624), e a Rainha
Nzinga Mbande (Ana de Sousa) que reinou de 1624 a 1626. Em 1626 os
Portugueses conquistaram o Reino de Angola, passando este a ser vassalo
de Portugal. Durante este periodo foram reis do Ndongo Dom Hari A
Kiluanje que governou em 1626, e o Rei Ngola Hari, que governou de 1627 a
1657.
O termo "Ngola" tem por sua vez raíz no termo "Ngolo", o
que em quimbundo (língua do povo Ambundo) significa "força", de acordo
com o "Ensaio de Diccionário Kinbundu-Portuguez", preparado por Joaquim
Dias Cordeiro da Matta, impresso na Typographia e Stereotypia Moderna da
Casa Editora António Maria Pereira, e publicado em Lisboa no ano de
1893. O mesmo termo em quicongo (lingua do povo Bakongo) significa
"rigor, força, fortaleza, ou robustez". Os Portugueses depreenderam
assim que o Ngola era aquele que tinha força, aquele que era poderoso.
Apesar de inicialmente o nome e título de Ngola se aplicar sómente aos
potentados e região ao longo do curso superior dos rios Lucala e
Cuanza, o uso do termo passou a aplicar-se a outras regiões e chefes
vizinhos que viriam formar eventualmente o núcleo do domínio português
na região. Aos chefes Ngola os Portugueses chamavam-nos "Ngola" e à
região chamavam as "Terras do Ngola".
Desde então, as terras
vizinhas ao longo dos rios Lucala e Cuanza, sob a tutela dos Ngola e
mais tarde conquistadas pelos Portugueses, passaram a ser chamadas e
reconhecidas nos mapas e documentos oficiais da época como "Terras do
Ngola", depois como "Terras d'Angola", e desde então a colónia
portuguesa passou a chamar-se simplesmente "Angola".
Da mesma
forma, e conforme Ferreira Diniz (Populações Indígenas de Angola,
Imprensa da Universidade, Coimbra, 1918), o nome Ngola acabou por
aplicar-se também a alguns grupos do povo Ambundo que ocupavam o mesmo
território, incluindo os Ambaquistas, Golungos, Cabires e Dondos, que
habitavam a região entre os rios Cuanza, Lifune e Zenza, e que se
estendia até aos rios Cuiji (afluente do Cuango) e Gola Luige (afluente
do Lucala).
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