CHEFES GUERREIROS
CHALEIRA PRETA
(Black Kettle)
O grande guerreiro Chaleira Preta nasceu em 1803 e faleceu em 27 de Novembro de 1868. Foi um chefe da tribo Cheyenne do Sul, que tentou resistir à invasão dos seus territórios nos Estados do Kansas e do Colorado, por parte dos colonos americanos, e por diversas ocasiões. Casou-se pela 4ª. vez, e pelo que se conhece, foi pai de cerca de dezassete crianças.
Antes de se tornar chefe da tribo Cheyenne, em 1854, já se tinha realizado um Tratado de pacificação entre o Estado americano e as sete nações índias, sendo uma dessas sete, a Cheyenne. Esse tratado de pacificação, apelidou-se de Tratado do Forte Laramie, em que foi garantido às diversas tribos a sua fixação nos territórios situados entre North Platte River e Arkansas, e nas proximidades das Montanhas Rochosas, a Oeste do Kansas.
Em Novembro de 1858, com a descoberta de ouro nas Montanhas Rochosas (Colorado), parte do Kansas foi cedido aos mineiros, agudizando-se a situação acordada no tratado.
Chaleira Preta foi um dos seis chefes signatários do Tratado de 1861, que restabeleceu a paz entre os brancos e a sua tribo. Porém, em 1864, voltaram a ocorrer conflitos entre os dois povos, sempre motivados pela mesma razão, e Chaleira Preta pediu para se reunir com o então Governador do Colorado, John Evans, e com o Coronel John Chivington, no que ficou conhecido como Concelho de Camp Weld.
John Evans e Cor. J. Chivington |
Sentindo-se inseguros, os Cheyennes do Sul decidiram mudar-se para Sand Creek, local mais próximo do Forte americano chamado de “Fort Lyon”. Deste Forte, em 29 de Novembro de 1864, partiram setecentos soldados americanos comandados pelo Coronel John Chivington contra os Cheyennes e Arapahos, e num ataque surpresa conhecido como Massacre de Sand Creek, no Colorado, foram massacrados cento e sessenta índios, sendo dois terços da população composta por mulheres e crianças. Esta batalha deu-se numa altura em que havia um tratado de paz em vigor e que não foi respeitado pela parte americana. Apesar de tudo, Chaleira Preta conseguiu sobreviver.
Massacre de San Creek |
Após o morticínio, Chaleira Preta decidiu transferir-se para o Arkansas, junto com a restante tribo. Em 14 de Outubro de 1865 assinou mais um tratado no qual cedia o seu antigo território e criava-se uma reserva índia ao Sul do rio Arkansas.
Em 1867, assina o Tratado de Medicine Lodge, fazendo-se representar pelo povo Cheyenne e Arapaho. Pretendia-se com este tratado que o povo indígena se retirasse, mais uma vez, dos seus territórios (Kansas e Colorado) para uma nova reserva, em Oklahoma, forçando os Cheyennes a abandonarem as suas terras de culturas e caça, para outras estéreis e sem bisontes - sustento elementar para a sua sobrevivência.
Chaleira Preta a caminho do exílio |
Gen.Custer |
Zangados pelo engano, aliam-se aos Kiowas e aos Comanches e atacam os colonizadores brancos, pelo que levou com que a 7ª. Cavalaria do General George Armstrong Custer atacasse a sua aldeia no inverno do ano seguinte, (27/11/1868), na célebre batalha que ficou conhecida como Massacre do Rio Washita, onde Chaleira Preta e a sua mulher vieram a ser mortos.
Perto do local onde veio a falecer este grande chefe, edificou-se um Museu chamado de Chaleira Preta. Isto, no Estado de Oklahoma, onde se retrata a sua figura como pacifista, e toda a sua tribo Cheyenne do Sul.
Chaleira Preta e outros guerreiros |
ESTRELA DA MANHÃ
(Morning Star – Dull Knife)
Morning Star nasceu em 1810 em Rosebud River, faleceu em 1883, e foi um dos grandes chefes guerreiros dos Cheyennes do Norte. Ofereceu resistência à ocupação branca através dos territórios do Oeste Americano, terras que hoje se situam no Estado de Montana.
Foi reconhecido pelo povo Cheyenne, Arapaho e Sioux pela sua honestidade demonstrada e pela coragem que provou em diversas batalhas contra os colonizadores e tropas federais.
Combateu na guerra Cheyenne-Arapaho, no Colorado, em 1864/65; na guerra dos Sioux, nas Grandes Planícies, em 1866/68, e na guerra de “Nuvem Vermelha – Red Cloud”, no trilho de Bozeman.
Foi também um dos signatários ao Tratado do Forte Laramie contudo, com as diversas contendas, a tribo foi obrigada a render-se e a fixar-se na reserva índia de Oklahoma. Toda esta situação se deu após o ataque de surpresa em Bates Creek, território situado nas Grandes Planícies do Estado de Wyoming, em 1876.
Segundo se consta, o Coronel Ranald S. Mackenzie partiu de Camp Robinson com mil soldados e muitos índios das tribos Pawnee, Arapaho e Lakotas, no intuito de combater Morning Star, perto de North Fork, em Power River. Enquanto os Cheyennes celebravam a vitória que tinham tido perante o povo Shoshone, os americanos surpreenderam os guerreiros Cheyennes e o seu próprio chefe, submetendo-os a nova reserva índia. Nesta tomada, a tribo perdeu cento e setenta tendas com todos os haveres, quinhentos cavalos, e despidos de roupas, muitos índios acabaram por falecer devido ao gelo, na longa caminhada para a reserva.
Cor. R. Mackenzie e batalha de North Fork |
Sem caça e passando momentos de grande carência e doença, Mornig Star decide, em Setembro de 1878, conduzir trezentos guerreiros de regresso ao Norte para os seus territórios ancestrais. Com ele seguiram outros grandes guerreiros – Little Wolf e Wild Hoge.
Litle Wolf e Red Cloud |
Vencendo as tropas com certas tácticas nas colinas de Nebraska, acabam por serem capturados perto do Forte Robinson. Novamente, em 8 de Janeiro de 1879, a tribo conseguiu fugir para o Norte, mas a sua recaptura foi fácil, acabando com muitas mortes por parte das mulheres e crianças índias. Alguns guerreiros juntamente com o chefe Morning Star conseguiram escapar às tropas americanas.
Vários guerreiros Cheyennes Norte |
Em 1883 o grande chefe Morning Star acaba por falecer e ser sepultado numa colina, em Lame Deer, no Estado de Montana, perto do rio Rosebud (Still Water River), na terra que o viu nascer e comandar a sua tribo Cheyenne do Norte.
O amigo Vítor Oliveira -- Ocart
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