UMA INVISUAL, CONTA UMA DAS PASSAGENS DA SUA VIDA…
Num banco à beira mar, uma mulher senta-se ao meu lado…
Pressinto a sua curiosidade!...
E, com uma voz suave, ela pergunta: "Como pode ser tão feliz e irradiar tanto amor quando a tragédia lhe bateu à porta e ficou cega?"
Sorri, e virando-me na sua direcção, começo a partilhar a minha história…
Quando perdi a minha visão, achei que o mundo tinha acabado. Havia em mim uma escuridão avassaladora. Mas, aos poucos, percebi que a luz que realmente importa não vem dos olhos, mas do coração!
Aprendi a sentir o vento nas árvores, a ouvir a música nos sorrisos e a ver a beleza nas almas das pessoas. A cegueira ensinou-me a apreciar o essencial, a valorizar cada pequeno gesto de carinho e a encontrar alegria nas coisas simples.
O amor que irradio é o reflexo da gratidão por estar viva, por sentir, por amar. A felicidade?! Aprendi que não está nas circunstâncias, mas na forma como escolhemos ver a vida. E, eu, escolhi ver com os olhos do coração.
“Este episódio aconteceu-me realmente e quis partilha-lo convosco.”
Palavras da nossa invisual
P.S.: Acrescento mais este texto que é paralelo à partilha acima descrita…
“Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas existe, e não vive. É necessário um esforço constante para se manter verdadeiramente vivo, para não se deixar levar pela correnteza da vida e pelos padrões impostos pela sociedade. A verdadeira vida é aquela em que você busca os seus próprios sonhos, as suas próprias paixões, e vive com autenticidade. Não se contente com a mera existência; busque o significado e o propósito a cada passo.”
Autor: Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray (1890)
Nota: Pesquisa e arranjo feito por V. Oliveira