terça-feira, 1 de abril de 2025

CITÂNIA DE BRITEIROS


A Citânia de Briteiros é um local arqueológico céltico da Idade do Ferro, situado no alto do monte de São Romão, na antiga freguesia de Salvador de Briteiros, município de Guimarães.

Consiste num castro ou povoado fortificado de grandes dimensões, composto por um núcleo urbano central no topo da colina, e um conjunto de muralhas que defendia o povoado em si.

É considerado um dos principais lugares arqueológicos da proto-história em território nacional, tendo permitido um estudo aprofundado da cultura e organização urbana castreja do Norte do país.
Foram encontrados vestígios de uma complexa organização urbana, com uma malha de ruas a delimitarem áreas públicas e privadas, e um grande conjunto de residências de formatos diversos, dois balneários, num dos quais foi descoberta a famosa laje conhecida como Pedra Formosa, e um edifício central de reuniões.
A colina foi habitada desde o neolítico ao calcolítico, mas o castro em si é muito mais tardio, tendo atingido o seu auge entre os séculos II a I a.C. Porém, entrou em declínio após a conquista romana, tendo deixado de ser permanentemente habitado no século II d.C., embora a ocupação se tenha provavelmente prolongado até ao século IV.


Embora as ruínas sejam conhecidas pelo menos desde o século XVI, os primeiros trabalhos arqueológicos só se iniciaram na década de 1870, por Francisco Martins Sarmento. 
A Citânia de Briteiros foi classificada como Monumento Nacional em 1910 e depois de trabalhos pontuais na década de 1980 e em 2002, em 2004 teve início uma nova série de estudos da Citânia de Briteiros, por parte da Sociedade Martins Sarmento e da Universidade do Minho.

PEDRA FORMOSA


É um monólito de granito, trabalhado provavelmente há uns três mil anos, com quase três metros de largura e mais de dois de altura, pesando aproximadamente cinco toneladas.
Trata-se da peça principal de um monumento que é essencialmente um conjunto arquitectónico pré-romano de banhos (vapor e água) construído no período castrejo

NOTA: Recolha resumida e trabalhada por V. Oliveira  

terça-feira, 4 de março de 2025

SORRI À VIDA…


Certa vez, Charlie Chaplin contou uma piada perante uma plateia…,…e todo o mundo riu. 
Contou uma segunda vez e, apenas alguns se riram! 
E quando contou a piada pela terceira vez, ninguém se riu!... 
Depois, comentou: 
“Se não consegue rir e, rir da mesma piada, porque chora e continua a chorar da mesma dor e tristeza? 
Por isso, aproveite cada momento da sua vida.» 
Charlie Chaplin, entre muitos comentários expressivos, focou estes três: 
Nada nesta vida é permanente, nem mesmo os nossos problemas. 
Gosto de caminhar à chuva porque ninguém vê as minhas lágrimas. 
O dia mais desperdiçado da sua vida é aquele em que não se ri. 
Com isto, sorria à Vida!

Nota: Compilação e resumo feito por V. Oliveira  


terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

O INFANTE D. PEDRO – O ÍNCLITO INFANTE


Filho de D. João I e D. Filipa de Lencastre, o infante D. Pedro viajou pela Europa, tendo uma cultura vasta para o seu tempo (conhecedor de literatura clássica, a sua divisa – “Desir”– seria sinónimo de “vontade” ou "desejo"). Foi duque de Coimbra e casou com D. Isabel, catalã, filha dos condes de Urgel, com quem teve 7 filhos. 

Em consequência da morte do rei D. Duarte I, seu irmão, o infante D. Pedro viria a ser nomeado pelas Cortes de 1439 como regente de Portugal, durante a menoridade de D. Afonso V. Ao longo desta época as obras no Mosteiro da Batalha tomavam a direcção de Martim Vasques (Huguet em 1438).



Após anos de governação do reino, D. Pedro seria afastado da corte em 1448. Este afastamento ter-se-á devido sobretudo à influência do primeiro Duque de Bragança – D. Afonso, filho bastardo de D. João I – que empreendeu uma campanha de intrigas contra D. Pedro junto do jovem rei, que cedeu a essas conspirações, acabando por enfrentar o próprio tio a 20 de Maio de 1449, junto da ribeira de Alfarrobeira (Vila Franca de Xira), batalha onde o duque de Coimbra foi morto.

Abalada pela tragédia no seio da sua família, a irmã do infante D. Pedro, D Isabel, duquesa da Borgonha, iria acolher três dos seus sobrinhos órfãos, educá-los e promovê-los a posições de destaque internacional. D. Isabel intercedeu ainda junto do seu sobrinho – o rei D. Afonso V – pela reparação da memória do falecido irmão, o que passou, inclusive, pela concessão de uma sepultura na Capela do Fundador, panteão régio do Mosteiro da Batalha, condigna com a figura do ínclito infante 

(É visível na imagem anexa a esta publicação o túmulo de D. Pedro, com os seus símbolos heráldicos e os da sua esposa, D. Isabel de Urgel).


Nota: Preparo de texto feito por V. Oliveira 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

O TOUREIRO


Durante uma tourada, o matador Álvaro Munero fez o impensável!...

Enquanto a multidão aplaudia, querendo o próximo movimento dramático, ele abruptamente afastou-se do touro, caminhou até a beira da arena sentou-se e, com a multidão rugindo…caiu em silêncio, atordoado!

Numa pós-entrevista que veio do seu coração, Álvaro partilhou este momento que alterou a sua vida que levou à sua decisão:

"Num momento esqueci a existência dos chifres. Tudo o que conseguia ver era os olhos dele, ali parados, não com raiva, mas com algo muito mais profundo e inocente. 

O touro não estava a atacar-me, estava apenas a olhar para mim, a implorar sem palavras pela sua vida. Foi aí que me veio à cabeça que este não é um animal que estou a lutar; isto é uma coisa viva que queria viver tanto quanto eu."

Os seus olhos tinham aquela pureza que só os animais possuem, e neles, eu vi essa verdade inegável. Senti uma onda avassaladora de culpa; foi como se me tivesse tornado na criatura mais vil, sem coração. 

Não podia continuar! Larguei a minha espada, saí da arena e fiz uma promessa a mim mesmo: não lutaria mais contra touros; lutaria contra um mundo que faz um jogo da tortura dos outros por diversão.

A história de Álvaro Munero é um olhar raro e poderoso sobre a força transformadora da compaixão, mesmo nos lugares mais improváveis. 


É uma lembrança de que um momento de conexão pode mudar uma vida e inspirar um novo propósito.

Nota: Compilação e arranjo feito por V. Oliveira 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

O MABOQUE


Maboque, em língua quimbundo (Angola), é um fruto das regiões tropicais de África, ainda pouco divulgado fora do seus habitat original.
É também conhecido noutras regiões como massala, maciela, amahlala (Moçambique, Brasil, zulu), laranja de elefante, maçã macaco e outros, existindo diversas sub-espécies.
A planta, Strychnos spinosa, é uma árvore que pode atingir os 7 a 9 metros de altura. Tem folhas caducas e no seu ecossistema natural floresce entre Novembro e Fevereiro.
Os frutos esféricos e verdes, que pendem nos extremos dos ramos, amadurecem de Setembro a Novembro, quando adquirem uma cor amarela – ocre.
O fruto pode atingir os 500 a 700 gr de peso, tem uma casca lenhosa que envolve o interior preenchido por uma polpa densa e gelatinosa, com muitas sementes castanhas, achatadas.
A polpa é comestível, com sabor ligeiramente ácido.
Rica em proteínas, fósforo, magnésio, potássio e com vitaminas B e C, é uma fonte alimentar das populações indígenas, constituindo importante recurso sobretudo em épocas de escassez alimentar.
Algumas populações preparam-na cozinhada em papas, numa mistura com cereais.
Utiliza-se também para sumos e xaropes e, por fermentação, produz uma bebida alcoólica.
As medicinas tradicionais usam a decocção das folhas do maboqueiro como bebida analgésica. A polpa ingerida em excesso pode ter consequências purgativas.
As sementes, com propriedades eméticas e de alucinogénio, são tóxicas pelo conteúdo em estricnina, um alcaloide venenoso.
A casca do fruto seco é utilizada para fazer diversos instrumentos musicais idiófonos: as dimbas (em quimbundo), ou marimbas ou balafons (Guiné); as maracas ou gochas (Moçambique); os masseves, que se enrolam no tornozelo.
Com pinturas, as bolas de maboque são também usadas em decoração.
Servido como sobremesa num restaurante em Saurimo - Angola

* Chicomba é uma cidade e município da província da Huíla, em Angola.

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

RUMO À ESSÊNCIA E AUTENTICIDADE


UMA INVISUAL, CONTA UMA DAS PASSAGENS DA SUA VIDA…

Num banco à beira mar, uma mulher senta-se ao meu lado…

Pressinto a sua curiosidade!...

E, com uma voz suave, ela pergunta: "Como pode ser tão feliz e irradiar tanto amor quando a tragédia lhe bateu à porta e ficou cega?"

Sorri, e virando-me na sua direcção, começo a partilhar a minha história…

Quando perdi a minha visão, achei que o mundo tinha acabado. Havia em mim uma escuridão avassaladora. Mas, aos poucos, percebi que a luz que realmente importa não vem dos olhos, mas do coração!

Aprendi a sentir o vento nas árvores, a ouvir a música nos sorrisos e a ver a beleza nas almas das pessoas. A cegueira ensinou-me a apreciar o essencial, a valorizar cada pequeno gesto de carinho e a encontrar alegria nas coisas simples.

O amor que irradio é o reflexo da gratidão por estar viva, por sentir, por amar. A felicidade?! Aprendi que não está nas circunstâncias, mas na forma como escolhemos ver a vida. E, eu, escolhi ver com os olhos do coração.

“Este episódio aconteceu-me realmente e quis partilha-lo convosco.”

Palavras da nossa invisual

P.S.: Acrescento mais este texto que é paralelo à partilha acima descrita…

“Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas existe, e não vive. É necessário um esforço constante para se manter verdadeiramente vivo, para não se deixar levar pela correnteza da vida e pelos padrões impostos pela sociedade. A verdadeira vida é aquela em que você busca os seus próprios sonhos, as suas próprias paixões, e vive com autenticidade. Não se contente com a mera existência; busque o significado e o propósito a cada passo.”

Autor: Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray (1890)


Nota: Pesquisa e arranjo feito por V. Oliveira 


terça-feira, 17 de dezembro de 2024

UMA HISTÓRIA ESQUECIDA


Relato sobre acontecimentos passados durante a Segunda Guerra Mundial, contado por uma criança, cuja fonte pertence a Svetlana Alexiévich!...

Começa assim:

“ A minha avó sempre dizia que eu e a minha mãe sobrevivemos ao cerco de Leningrado, graças ao gato Vaska…e que se não fosse este gato, teríamos morrido de fome como milhares de outros, na cidade.
Todos os dias, Vaska saía para caçar e, a minha avó, preparava sempre um guisado com a caça que o gato trazia. Neste meio tempo o “caçador” sentava-se perto de nós e esperava pela comida. Assim, e à noite e já mais aconchegados, todos nós e, o gatito, dormíamos debaixo de um cobertor que o animal ajudava a aquecer.
Muitas das vezes o Vaska sentindo o ruído dos bombardeiros muito antes do ataque aéreo ser anunciado, começava a dar voltas e a miar. Sinal de alarme que alertava a minha avó para pegar nas coisas, e fugir para o abrigo. 
A fome era atroz. Vaska estava como todos, magrinho! 
E durante todo o inverno e, até à primavera, a minha avó recolhia algumas migalhas para atrair os pássaros, e Vaska lá caçava alguns pássaros em cada dia que passava. As suas garras sempre foram surpreendentemente precisas e rápidas. E, assim, durante dias a fio a nossa única alimentação era pássaros, sobre pássaros.
Quando o bloqueio foi levantado apareceu mais comida, e mesmo depois da guerra, a minha avó sempre dava ao nosso gato o melhor pedaço de carne, relembrando a salvação e tentando compensar o bichinho de estimação. Afagava-o carinhosamente, dizendo-lhe: Foste o nosso salvador!...
Vaska morreu em 1949! E nessa data, a minha avó enterrou o gatito milagroso no cemitério. Colocou na sepultura uma cruz (como se fosse uma pessoa) e escreveu o nome de Vasily Bugrov. 
Quando a minha avó faleceu, minha mãe encostou o corpo da falecida ao lado do gato, em sinal de gratidão e amor.
Mais tarde…foi a minha mãe que partiu e, eu, sabedora de tanto sacrifício e tristeza, acabei por encostar a minha mãe ao lado do Vaska e da minha avó Vasily Bugrov.

E ASSIM FICARAM TODOS OS TRÊS JUNTINHOS, COMO NA GUERRA, DEBAIXO DA MESMA MANTA. ESTA, JÁ ETERNA E SAUDOSA"…

MEMÓRIA SIMBÓLICA DO VASKA

Nota: O cerco de Leninegrado foi perpetuado pelas tropas alemãs nazistas. Durou cerca de 900 dias, de 8 de Setembro de 1941 a 27 de Janeiro de 1944.



Compilação e arranjo feito por V. Oliveira