ROTEIRO DE CARRO
O vale do rio Douro é uma região encantadora, que encerra muitos locais mágicos a descobrir, por entre o serpentear do rio e a paisagem esculpida ao longo dos séculos pelo Homem. Escolher os locais a não perder ao longo do percurso é uma tarefa difícil, já que existem diversas cidades, vilas e aldeias na região, cada uma com os seus encantos.
Porto e Gaia
Vamos começar pelo local onde o rio termina a sua sinuosa viagem. O Porto é um local que atrai cada vez mais visitantes, contando com vários locais de interesse para os visitantes no seu perímetro, como o seu Centro Histórico, que é Património da Humanidade. Não deixem de estender também a visita a Gaia, nem de visitar as caves do Vinho do Porto (e, já agora, de fazer uma bela prova de vinhos!)
Ilha dos Amores
Uma lenda alimentada pelos moradores conta a história de um amor proibido entre um jovem lavrador e uma fidalga de sangue azul cujos encontros eram controlados pelo pai autoritário…
A Casa de Eça
Se gostam de Eça de Queiroz, ou se querem simplesmente conhecer mais sobre este autor, ponderem dar um salto à outra margem do rio, de forma a conhecer a Casa de Tormes, sede da Fundação que celebra a vida e obra deste tão conhecido autor. Descubram os diversos recantos que lhe serviram de inspiração, e não deixem de visitar a sua biblioteca privada. Também encontram aqui o famoso monóculo e a escrivaninha onde o autor escrevia de pé.
Cenário da obra literária “A Cidade e as Serras”. Casa situada na envolvência dos vales poderosos cavados do Douro.
Vales fofos de verdura, os bosques quase sacros, os pomares cheirosos de flor, a frescura das águas cantantes, as ermidinhas branqueando nos altos, as rochas musgosas, o ar de uma doçura de paraíso, toda a majestade e toda a lindeza…
Peso da Régua
É a capital da região demarcada do Douro, sendo que daqui partiam os barcos rabelos, que transportavam as pipas até às caves de Gaia, onde o vinho envelhecia e ganhava carácter. Passeiem pela cidade, apreciando as diversas casas senhoriais e palacetes, visitem o Museu do Douro, caminhem pela centenária Ponte Metálica, ou dêem um salto a algumas das quintas de produção do vinho.
As paisagens panorâmicas do Douro Vinhateiro são uma obra-prima da natureza agreste moldada pelo esforço e suor despendidos pelo homem na sua transformação. O fruto é, não desprezando a beleza dos espectaculares terraços de vinha, o divinal néctar que aqui se produz há séculos.
Miradouro de São Leonardo da Galafura
Não há nada que se compare a apreciar as paisagens do Douro, marcadas pelo rio e pelos socalcos, do cimo de um miradouro, o que explica a existência de tantos. Mas um dos mais famosos encontra-se a 640 metros de altitude e tornou-se num ponto de paragem obrigatório na região, com o escritor Miguel Torga a chamar ao miradouro de São Leonardo da Galafura “um excesso da natureza”.Torga vinha aqui contemplar a paisagem. Ver o Douro e a força da natureza.
Não é de estranhar a sua relação com este espaço. Ele próprio adoptou Torga, uma planta que se espalha pela montanha, para o seu pseudónimo. Por outro lado, a experiência de vida quando jovem levou-o a aprender e a ter um relacionamento mais próximo com a natureza.
Pinhão
Regressando à EN222, o troço que liga a Régua ao Pinhão é considerado um dos mais bonitos do mundo, e uma das melhores estradas para se conduzir. Após diversas curvas e contracurvas, chega ao Pinhão, onde podem apreciar os painéis de azulejos da Estação de Caminhos de Ferro novecentista, e deliciarem-se com os sabores da região nos diversos bares e restaurantes com vista para o rio Douro.
Pinhão, pejado de socalcos meticulosamente organizados por entre montes e vales, muitas vezes desafiando as leis da gravidade. São, por vezes, inclinações tão abruptas mas que se integram tão harmoniosamente na Natureza, que até custa a crer que foram construídas pelo Homem.
Aldeia de São Xisto
Ao longo do caminho, encontramos muitos motivos para parar, por entre vilas, quintas ou lugares que parecem saídos de um sonho. Um deles é a aldeia de São Xisto, com as suas ruelas, casas típicas em xisto, com lagares de azeite e de vinho, e com o magnífico cais de Ferradosa, onde podem apreciar bem a paisagem que o rodeia.
As casas e os muros de xisto, as janelas decoradas com flores e as portas coloridas são o grande destaque. É a beleza da simplicidade em todo o seu esplendor. Mas essa simplicidade acaba assim que se colocam os olhos no Rio Douro…neste local, que é um excelente miradouro para o rio.
As gravuras de Foz Côa
O Parque Arqueológico de Foz Côa é um verdadeiro museu ao ar livre de arte Paleolítico, e um verdadeiro tesouro da Humanidade. Estas gravuras têm dezenas de milhares de anos e sobreviveram até aos nossos dias, esquecidas, até terem sido descobertas por alturas de estudos de viabilização de uma barragem. Aqui encontram centenas de gravuras, divididas por núcleos, e recomenda-se uma visita ao Museu do Côa para as compreender melhor.
O Cavalo de Mazouco
Partam em direcção a Freixo de Espada à Cinta, onde se encontrou o primeiro exemplar de arte Paleolítica ao ar livre na Europa. A estrada para chegar ao Cavalo de Mazouco é estreita e muito sinuosa, com os últimos metros a terem de ser feitos a pé. A gravura ergue-se sobre o rio, e, apesar de ter apenas 62 cm de comprimento, impressiona os visitantes.
Cruzeiro Ambiental em Miranda do Douro
Chegados ao Parque Natural do Douro Internacional, deixem o carro por algumas horas, e embarquem num cruzeiro em Miranda do Douro, de modo a apreciarem ainda melhor as maravilhas que a natureza lhe tem aqui para oferecer, terminando a viagem com um cálice de vinho do Porto.
Miradouro de Puio
Ainda em Miranda do Douro, visitem a aldeia de Picote e percam algum do vosso tempo a apreciarem as vistas deste magnífico miradouro, de onde podem apreciar a paisagem desafogada em todo o seu esplendor.
Miradouro do Penedo Durão
Não há melhor forma de terminar a viagem do que parando neste miradouro, onde apenas o som das aves de rapina quebra o silêncio. Não deixem de apreciar as majestosas arribas e as montanhas xistosas do Douro.
Nota: Compilação e arranjo feito por V. Oliveira
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