Com referência a Angola, embora nos
tempos primórdios não houvesse uma História escrita, cada pessoa idosa tentou
constituir um alter-ego fidedigno ao transmitir, à sua posteridade, toda uma
história verbal, tentando preservá-la verdadeira e incólume.
Toda a história, ao passar de
geração a geração, de uma forma verbal, vai sendo, paulatinamente, amalgamada
com um pouco do cunho pessoal dos narradores, pois é sempre notória a espantosa
fertilidade da imaginação dos expositores…
E alguns desses expositores abordam essa história assim:
A GRANDE FAMÍLIA AFRICANA
A primeira população a invadir
Angola foi a BANTU, a chamada “expansão BANTU”. Esta população era oriunda da África
Central. Fixou-se a Norte e a Sul do Rio Zaire e, a Noroeste do território
Angolano. Este povo dominava, com grande engenho, a siderurgia do ferro.
Mais tarde, vieram a formar o povo BAKONGO
de língua Kikongo.
Outros povos, talvez atraídos pela
grande espacialidade ou da riqueza da flora e da fauna, atravessaram o Alto
Zambeze até o Cunene, formando os designados NGANGUELA, os OVAMBO
e os XINDONGA.
No Seculo XVI Angola foi invadida por mais três povos:
Os NHANECAS ou VANYANEKA.
OS HEREROS ou OVAHELELO e
os PORTUGUESES.
Os NHANECAS ou VANYANEKA, vindos
pelo sul de Angola e percorrendo toda a região do Cunene, acamparam no planalto
da Huíla.
No século XVIII os OVAMBOS ou WAMBOS, e os QUIOCOS ou TCHOKWES entram em Angola.
Os OVAMBOS vindos do baixo Cubango estabelecem-se entre o Alto Cubango e o Cunene. (Estes eram grandes técnicos na arte de trabalhar o ferro).
Por último, no século XIX chega um povo vindo de Orange, África do Sul, em 1840, tendo por chefe um destemido guerreiro chamado Sebituane. Instala-se no Alto Zambeze e é chamado de CUANGARES ou OVAKWANGALI.
Este povo também ficou conhecido por
MACOCOLOS. Do Alto Zambeze alguns fixaram-se no Cuangar Sudoeste Angolano,
entre os rios Cubango e Cuando.
Na Lunda Zaire e Cuangar foram encontrados, feitos pelos homens do Paleolítico, instrumentos de pedra e de outros materiais.
No Deserto do Namibe existem
gravuras rupestres desenhadas nas rochas.
As fábulas e provérbios eram o género literário mais generalizado entre o povo.
Os protagonistas eram sempre animais.
O poema era cantado ao som do
batuque e do quissange.
Nota: Apanhado escrito da autoria de Filomena Gomes
Camacho
Londres, 22/02/13
Com arranjo de imagens e pequenos acrescentos de Vítor Oliveira
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