terça-feira, 16 de março de 2021

PADRE FRANCISCO DA COSTA, O PRIOR DE TRANCOSO – O POVOADOR DAS BEIRAS


Trancoso só é cidade desde Dezembro de 2004, mas as suas muralhas escondem inúmeras lendas e histórias. Uma delas é a de um padre que viveu no século XV e terá gerado 299 filhos em 53 mulheres,  muitas das quais suas familiares directas ou próximas, incluindo irmãs e a própria mãe.

A história do padre Costa parece ter começado em 1487 quando, por Carta Régia datada de 31 de Agosto, o monarca português «legitimou Maria Gomes, filha de Diogo Gomes, pároco da Igreja de São Pedro (de Trancoso) e de Maria Eanes, mulher solteira, residente na vila de Trancoso».

O sacerdote terá dormido com 29 afilhadas que deram à luz 97 raparigas e 37 rapazes, não poupou nove comadres a quem «arranjou» 38 rapazes e 18 raparigas. Os relatos existentes dão conta, entre outras situações, que a sete amas fez 29 filhos e cinco filhas e de duas escravas do Presbitério nasceram 21 filhos e sete filhas.

As «aventuras» do sacerdote de Trancoso também incluíram uma tia, de quem teve três filhos, e a própria mãe, a quem terá feito dois filhos.

A lenda refere que o prior terá sido julgado em 1487, com 62 anos, e condenado a ser «degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou».

No entanto, apesar da violenta condenação, conta-se que «El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou pôr em liberdade aos 17 dias do mês de Março de 1487 com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo, e guardar no Real Arquivo da Torre do Tombo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo».



Nota: Curiosidade que escutei aquando duma visita a Trancoso – V. Oliveira 


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