Trancoso só é cidade desde Dezembro de
2004, mas as suas muralhas escondem inúmeras lendas e histórias. Uma delas é a
de um padre que viveu no século XV e terá gerado 299 filhos em 53 mulheres,
muitas das quais suas familiares directas ou próximas, incluindo irmãs e
a própria mãe.
A história do padre Costa parece ter
começado em 1487 quando, por Carta Régia datada de 31 de Agosto, o monarca
português «legitimou Maria Gomes, filha de Diogo Gomes, pároco da Igreja de São
Pedro (de Trancoso) e de Maria Eanes, mulher solteira, residente na vila de
Trancoso».
O sacerdote terá dormido com 29
afilhadas que deram à luz 97 raparigas e 37 rapazes, não poupou nove comadres a
quem «arranjou» 38 rapazes e 18 raparigas. Os relatos existentes dão conta,
entre outras situações, que a sete amas fez 29 filhos e cinco filhas e de duas
escravas do Presbitério nasceram 21 filhos e sete filhas.
As «aventuras» do sacerdote de Trancoso
também incluíram uma tia, de quem teve três filhos, e a própria mãe, a quem
terá feito dois filhos.
A lenda refere que o prior terá sido
julgado em 1487, com 62 anos, e condenado a ser «degredado de suas ordens e
arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e
postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi
arguido e que ele mesmo não contrariou».
No entanto, apesar da violenta
condenação, conta-se que «El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou pôr
em liberdade aos 17 dias do mês de Março de 1487 com o fundamento de ajudar a
povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo, e guardar no Real
Arquivo da Torre do Tombo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o
processo».
Nota: Curiosidade
que escutei aquando duma visita a Trancoso – V. Oliveira
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