terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

O PALÁCIO DA COMENDA


JACQUELINE KENNEDY ESTEVE EM PORTUGAL
CURIOSIDADE HISTÓRICA DO PALÁCIO

A Comenda é um local tão belo que chega a parecer irreal. Como se flutuasse nas margens de um outro mundo, onde o tempo desacelera e as perturbações da civilização vizinha não têm forma de entrar.
É um promontório sobre o rio Sado que se ergue um palácio com cinco pisos e vinte e seis quartos, desenhado pelo arquitecto Raul Lino, em 1903, para servir de residência de veraneio ao Conde D´Armand, ministro de França.
Foi implantado em terrenos que pertenceram a Vasco da Gama (1495-1507) e, posteriormente, à Rainha D. Maria II.
Tem uma praia privada e das grandes janelas e varandas que rasgam a fachada avistam-se apenas as matizes de azul do estuário, do mar e do céu.
Recortada contra o horizonte, como que à deriva, a Ilha de Tróia. Nas traseiras da Comenda, e em toda a envolvente, estende-se “outro mar”, em tons de verde, do Parque Natural da Serra da Arrábida.


Foi aqui que Jacqueline Kennedy se refugiou, logo após o assassínio do presidente Kennedy, em 1963. A princesa Lee Radziwill, irmã mais nova de Jackie, era amiga da família D´Armand, e já tinha passado alguns dias de verão no palácio português, numa das ocasiões levando consigo o escritor Truman Capote, um dos seus confidentes mais próximos.
Era precisamente aqui, nas margens do rio Sado, que estava o que Jackie Kennedy precisava naquele momento de luto: o mar, sempre o mar, mas também paz e silêncio, longe dos holofotes do mundo.
Jackie e Lee, foram as últimas personalidades a frequentar a casa de veraneio dos nobres franceses que a venderiam poucos anos depois.
Pelos terrenos desta propriedade há um trilho que integra a rota do Caminho para Santiago.
Este local encerra uma história que começou, pelo menos, nos tempos do Império Romano, senão…dos tempos Fenícios.
Raul Lino, o arquitecto que fez o projecto do palácio, confessou que o Conde D`Armand lhe tinha solicitado que não desejava que se fizesse um só traço do projecto sem ter primeiro gozado uma noite de luar no sítio onde tencionava fazer a sua casa.

No final da obra, em 1908, Raul Lino escreveu ao Conde, agradecendo a confiança:

Foi uma homenagem que prestou à classe dos architectos portugueses, confiando a um d’elles a dispendiosa edificação da sua nova casa da Commenda. Suspeito que não terá de arrepender-se. [Mas] algum portuguez talvez haja, que, no seu caso, tivesse mandado vir […] architecto francez.“ 


Nota: Texto trabalhado por mim, após várias pesquisas.
Vitor Oliveira

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