quinta-feira, 14 de março de 2019

S. PEDRO DE MOEL Sonhos de outrora!...





PARTO… 
Parto bem cedo do meu lar, e avisto… 
S. PEDRO, linda janela aberta para o mar…terra de sonho, meu fadar!... 
Das tuas rochas, rochas-mãe, “deste à luz” o Lusitanosaurus, o dinossauro mais antigo e conhecido de Portugal. Abertura para o mar, afastamento doutro mundo, Jurássico Inferior! 
E da falésia mais elevada e cortada a prumo, avistaste os Fenícios, viajantes incansáveis a caminho do Norte da Europa, e … tardiamente, os Árabes, teus primeiros povoadores! 
Antes da nacionalidade, e numa carta de doação passada por D. Afonso Henriques ao Mosteiro de Alcobaça, referenciam o teu nome, tal a fama já conhecida…”inter ipsam Peterneirum, et MOER et mari jungitur”. 
Caminhando pelo tempo, D. Fernando dá-te o privilégio de seres Porto, com a despromoção da velha Paredes, a Romana. 
S. PEDRO, pertença da Rainha Santa Isabel, terra da Rainha e, mais tarde, do Duque de Caminha! Condes de Vila Real,…mau Fado incluído na Casa do Infantado! 
Paixões, desencontros, lágrimas vertidas para o mar.
Oh…Duquesa de Caminha, do teu choro, deste nome ao Penedo, ao “Penedo da Saudade”. E … o mar ainda murmura, dando voz às tuas lamentações, jovem viúva! 
Dores, cânticos, poesia, poesia de Afonso Lopes Vieira, que começa…
“Onde a terra se acaba e o mar começa.
Há uma casa onde amei, sonhei, sofri;
Encheu-se-me de brancas a cabeça
E, debruçado para o mar, envelheci…”
Saudade, tristeza, amor!E por esta terra desprendida, e das cinzas por aí espalhadas, almas perdidas fazem sentir os seus lamentos…no lamento versejado de Luíz Manuel, poeta emigrado…
“O país onde nasci
Mora à beira do mar fundo Da janela onde cresci
Olha-se o mar, vê-se o Mundo.”

REGRESSO
Paro no ermo, junto à estátua e, peço boleia.
Parto para a cidade.
Deixo a Aldeia, regresso ao berço vidreiro.
Voltando ainda com vida, e ainda inteiro!
Sonhando!...





 Vítor Oliveira

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