COLONIZAÇÃO DO VELHO OESTE AMERICANO
Nota introdutória: Depois da descrição da primeira parte, com vinte e dois textos sobre a história da América do Norte sob o título “Aurora do Oeste Americano”, prosseguirei com uma síntese sobre a fixação e colonização dos primeiros europeus, hispano-americanos e chineses no Continente Norte Americano. Seguidamente, farei relembrar celebridades reais que tanto caracterizaram o “Velho Oeste” com as histórias de xerifes, bandidos, oficiais de cavalaria, e, finalmente, as figuras típicas da banda desenhada e lendárias do Faroeste…muito lidas por nós na década de sessenta do passado século.
“O OESTE AMERICANO – RESENHA HISTÓRICA”
O Velho Oeste Americano ou, Oeste selvagem, abrange a história, geografia, gentes, tradições, crenças populares e a cultura da vida do Oeste dos E.U.A. passada algures a Oeste do rio Mississipi e relativa ao período da última metade do século XIX, compreendida entre a Guerra Civil Americana e o final do século. Ou, mais precisamente, incluindo todo o século XIX até ao final da Revolução Mexicana em 1920.
O termo “Old West”:
A fronteira americana moveu-se gradualmente para oeste décadas depois das
primeiras fixações de colonos na parte Este, no litoral, em 1600. A “West” foi sempre considerada a área situada para além desta fronteira. Porém, há quem considere que o velho oeste seria a região dos Estados de Ohio e Tennessee isto, no século XVIII. Apesar de tudo é mais popular considerar-se o Grande Oeste, território instalado a oeste do rio Mississipi enquanto decorria o século XIX.
Thomas Jefferson, o terceiro presidente dos E.U.A. eleito em 1801, ordenou a exploração do vasto território e encarregou Lewis e Clark de explorarem o rio Missouri e outros cursos de rios como o Columbia, Oregon e Colorado. A expedição tinha como propósito estudar o território das tribos índias, o clima, solo, rios, comércio local e a vida de animais e plantas.
Os caçadores, homens de montanha, foram os pioneiros nestas paragens selvagens e precederam os expedicionários Lewis e Clark percorrendo a parte superior do Missouri e o território do Oregon. Foram eles que mantiveram os primeiros contactos com os índios e descobriram a importante Passagem “South Pass” através das Montanhas Rochosas.
Descoberta em 1812, veio a permitir a corrida de colonos para as zonas do Oregon e Washington. John Charles Frémont, outro explorador americano, liderou algumas expedições no período dos anos de 1840. Atravessou as Montanhas Rochosas por cinco rotas diferentes alcançando o coração de Oregon e percorrendo toda a extensão da Califórnia, penetrando no México até à cidade de Tucson.
Fixaram-se assim os caminhos para a colonização de toda a América do Norte,
incluindo o Oeste Americano até ao Pacífico.
Parte do território americano já tinha sido comprada à França, em 1803, o que incluía o Estado de Luisiana e outras partes. Com o Tratado de Guadalupe em 1848, o México vende à América os Estados do Novo México, Utah, Arizona, Nevada e partes do Colorado e Wyoming. Formava-se desta forma a grande nação.
A partir deste ano descobre-se ouro e inicia-se a corrida para o interior do
país até à costa Oeste. São Francisco torna-se no maior porto, no Pacífico, e recebe emigrantes asiáticos, sul-americanos, australianos e europeus. Nesta azáfama mineira, vive-se em cabanas rústicas e tendas, trabalham e exploram todas as águas em busca do ouro, sofrendo doenças e a morte precoce. Surge o comércio que enriquece com o crescendo da população. Edificam-se saloons, surge a prostituição, o jogo da batota, o álcool generaliza-se e tudo se torna num caos. Pratica-se a justiça popular e a lei iniciava os primeiros passos.
Descobrem-se novos filões de ouro no Colorado, Utah, Arizona, Novo México, Idaho, Montana e Dakota do Sul por volta de 1864. Novas cidades se constroem por todo o Oeste Americano.
Do transporte em diligências por terras inóspitas e perigosas, aparece o Pony Express. Estabelecem-se cento e cinquenta postos de muda de cavalos deslocados vinte e quatro quilómetros de um para o outro posto. A rota do Pony Express ligava as cidades de St. Joseph (Missouri) a Sacramento (Califórnia). Cruzavam-se pradarias, desertos e montanhas. O Pony Express conseguiu ser mais rápido do que a via marítima da época, que partia do oceano Atlântico até à costa americana do Pacífico. Em 1861 o serviço de telégrafo estende-se por cerca de 80.000 quilómetros ajudando à comunicação e informação rápida. Em 1869 inaugura-se a primeira linha férrea Transcontinental que veio a encurtar as ligações com a costa Este. Nesta altura, foram requisitados doze mil chineses para trabalharem na construção do caminho-de-ferro.
Por dia, alongavam-se os carris por três quilómetros.
Depois da Guerra Civil, amplia-se a emigração e chegam suecos que se fixam no Dakota Sul, os noruegueses no Dakota do Norte, irlandeses no Montana, chineses em São Francisco, alemães no Kansas e Oregon, espanhóis por toda a Califórnia. Foi nesta época que os veteranos de guerra, sem emprego e na ruína, se tornam nos cowboys de grandes rancheiros.
Formam-se os grandes ranchos dos quais partem manadas para as cidades de Abilene, Kansas City, Dodge City e Wichita, através das rotas já conhecidas de Chisholm, Sawnee e Western. O gado era abatido em Chicago, S. Louis e Kansas City. Os cowboys percorriam trilhos com mais de mil e trezentos quilómetros encaminhando as manadas desde o sul do Texas até Abilene. Cerca de um milhão e meio de cabeças foram conduzidas entre os anos de 1867 e 1871.
Com o tumulto nas grandes cidades desenvolve-se o banditismo, e com esta desorganização humana, conciliam-se xerifes e bandidos. Jesse James, Bill The Kid, Butch Cassidy e tantos outros atemorizam o “velho oeste”. Os xerifes aliados aos rangers tentam colocar a ordem nesta geração de gentes.
Por volta de 1886 e com a rendição de Gerónimo, chefe guerreiro, os índios foram fixados em reservas. A guerra contra os índios termina com o massacre de Wounded Knee em 1890 onde Big Foot e duzentos Sioux foram abatidos pelo Regimento da 7ª. Cavalaria.
Tudo o que aconteceu no Oeste – bom ou mau – serviu para forjar a personalidade do país através de valores como a procura de oportunidades, a aplicação de soluções práticas, a atitude enérgica perante as dificuldades, a capacidade de inovação e o esforço orientado para o progresso
Até breve
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