terça-feira, 9 de janeiro de 2024

OS TRÊS VINTÉNS


A expressão teve origem numa pequena moeda de prata que era oferecida e pendurada no pescoço das meninas no dia do seu nascimento pelas mães, uma espécie de amuleto que usariam até ao dia do seu casamento. A mulher, logo que casava, entregava a moeda ao seu marido e dizia-se que ele lhe tinha “tirado os três vinténs”.
Moeda 60 Réis  3 Vinténs
A moeda de três vinténs foi cunhada pela primeira vez, em Portugal, no reinado de D. Pedro II. E foi sendo cunhada até ao fim do reinado de D. Miguel em 1834. Nos reinados seguintes deixou de ser produzida, embora continuassem em circulação as cunhadas anteriormente.
Reza, então, a história que antigamente as mães ofertavam às filhas as ditas moedinhas de prata, de três vinténs (ou seja de 60 réis), a que faziam um furinho por onde passava um fio que permitia pendurá-las ao pescoço das meninas. A moedinha funcionava como um forte amuleto que salvaguardava a pureza e a virgindade da jovem e usá-la era motivo de grande orgulho.
Depois de casar, ela entregava a moedinha ao marido, ou era ele, orgulhoso, que lha tirava do pescoço para a guardar religiosamente. Só então se podia afirmar que ela já não tinha os três vinténs, porque o marido lhos havia tirado. Estava casada e não era mais uma menina virgem. Conta ainda a história que os rapazes mais atrevidos se aproximavam das jovens, olhando atentamente para ver se se encontrava ainda no seu pescoço a famosa moedinha e, quando não a encontravam, diziam, algo desiludidos, “já não tem os três vinténs” ou então, “já lhe tiraram os três”. Tinham
chegado tarde, ela já era casada.

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