quinta-feira, 17 de maio de 2012

"A CONQUISTA DO OESTE AMERICANO"

PIONEIROS / EXPLORADORES



WILLIAM CLARK – 1770 – 1838


William Clark nasceu no dia 1 de Agosto de 1770 e faleceu no dia 1 de Setembro de 1838. Foi explorador, soldado, agente de ligação com a nação índia e governador do Estado de Missouri, entre os anos de 1813 e 1820.
Os seus pais, anglicanos e emigrantes ingleses, (provavelmente com ramificação escocesa), fixaram-se originariamente na Virgínia como agricultores e plantadores. De posse de uma parcela de terreno, já possuíam alguma mão-de-obra com escravos negros. Clark, nasceu no condado de Carolina, Estado de Virgínia, cresceu no Kentucky (1785), perto de Louisville e finalizou-se pelo Missouri. Foi o nono de dez filhos de John e Ann Rogers Clark. Não teve uma educação oficial porém, como quase todos os seus contemporâneos, foi instruído em casa.
Ele, assim como cinco irmãos mais velhos, combateu nas milícias de Virgínia durante a Guerra da Revolução Americana em 1775 a 1783.


No decurso da sua carreira militar participou em diversas acções sob o comando do Major John Hardin, em 1789. No ano seguinte, andou sob as ordens do General Arthur St. Clair a combater as tribos dos Creeks e Cherokees no Sudoeste do Estado. Em 1791 participou nas expedições conjuntamente com os generais Charles Scott e James Wilkinson. Alistou-se na legião dos Estados Unidos em 1792 já como oficial e debaixo das ordens de Anthony Wayne. Teve a sua batalha em Fallen Timbers em 1794, pondo fim à guerra tida com os índios na parte Noroeste do território.

Clark e o seu companheiro e explorador Lewis comandaram a primeira grande expedição ao continente norte-americano, partindo do Leste na direcção ao Oeste até chegarem à costa do Oceano Pacífico, com posterior retorno.
Em 1803 a compra de Louisiana deixou claro o interesse do governo americano em expandir o seu território até às costas do Pacífico. Poucas semanas depois da compra, o Presidente Thomas Jefferson defendeu a expansão ao Oeste e conseguiu do Congresso a verba necessária para custear a expedição.
Esta expedição ao Pacífico pretendia estudar os povos nativos, a botânica, a geologia, as terras e a vida selvagem da região, bem como avaliar o potencial de interferência dos caçadores e exploradores britânicos e franceses na zona.
Jefferson convocou o capitão Meriwether lewis para comandar a expedição informando-o de que o objectivo da missão seria explorar o Rio Missouri, seu curso principal e as comunicações das águas fluviais com o Oceano Pacífico, dos rios Colúmbia, Oregon e Colorado, ou outros cursos de água da mesma direcção e que possibilitassem a navegação e o desenvolvimento do comércio. Lewis chamou William Clark para ser o seu parceiro. Clark era oficialmente segundo tenente, mas Lewis sempre se referiu a ele como capitão.
Ao partirem para a missão exploratória, Lewis escreveu no seu diário: “Deixamos Pittsburg, Pensilvânia, neste dia, às 11 horas em ponto”.


A escrita é datada de 31 de Agosto de 1803. Lewis declarou a foz do rio Dubois (no lado Este do rio Mississipi que vai até ao rio Missouri) como o ponto oficial de partida da expedição, mas os dois meses e meio gastos para descer o rio Ohio devem ser considerados como o verdadeiro início.
Clark fez cuidadosos preparativos e informou Jefferson. Comprou sal, uma tonelada de carne de porco e remédios. Dos trinta e três exploradores, vinte e nove foram recrutados e treinados durante o inverno de 1803-1804 na área do Campo Dubois, território de Illinois. Partiram do Campo Dubois, próximo da actual cidade Hartford e começaram a histórica jornada em 14 de Maio de 1804. Encontrou-se com Lewis que vinha de St. Louis (Missouri), em St. Charles, e seguiram o Rio Missouri em direcção ao Oeste. Passaram por La Charrette, o último povoado branco do Rio Missouri. A expedição seguiu o rio até à actual cidade Kansas City e Omaha, no Nebraska. Em 20 de Agosto de 1804, houve a morte do sargento Charles Floyd, provavelmente causada por apendicite aguda. Foi enterrado em Floyd´s Bluff, próximo de Sioux City. Durante a última semana de Agosto, Lewis e Clark chegaram ao limite das Grandes Planícies, um lugar com abundância de alces, veados, búfalos e castores. Estavam em território Sioux.
A primeira tribo Sioux que eles encontraram, os Yankton Sioux, era mais pacífica que a tribo vizinha, os Teton Sioux, também conhecidos como tribo Lakota. Os Yankton Sioux ficaram desapontados com os presentes recebidos – cinco medalhas – e não avisaram os exploradores sobre os Teton Sioux. Estes, receberam os presentes com hostilidade. Um dos chefes pediu o barco de Lewis e Clark como preço a pagar pela passagem do seu território. Lewis e Clark prepararam-se para um previsível ataque, mas no último momento os dois lados recuaram. Os exploradores rapidamente desceram o rio até pararem no território da tribo Mandan.
No inverno de 1804-05, os exploradores construíram o Forte Mandan, próximo da actual Wasburr (Dakota do Norte). Até ao fim do inverno, os exploradores mantiveram boas relações com os índios. Foi em Forte Mandan que Lewis e Clark encontraram um caçador francês chamado Toussaint Charbonneau, cuja jovem esposa índia (Shoshone), Sacagawea, ajudou na tradução com os Shoshones e os Nez Perces. Sacagawea foi trazida para a expedição para servir como guia, juntamente com o seu marido.
Em Abril de 1805, alguns membros da expedição foram enviados de volta para Mandan. Levaram relatórios sobre as descobertas de Lewis e Clark, cento e oito espécies botânicas e zoológicas (incluindo animais vivos), sessenta e oito amostras minerais, e o mapa de Clark. Outras espécies foram enviadas a Jefferson periodicamente, incluindo um cão da pradaria.
A expedição continuou em direcção às cabeceiras do Rio Missouri e prosseguiu a cavalo pelo fim da Divisória Continental e pela montanha de Lemhi Pass. Em canoas, desceram as montanhas pelos rios Clearwater (Idaho), rio Snake e pelo rio Colúmbia, passando pelas cascatas de Celilo Falls e chegando próximo da actual Portland, no Oregon. Neste momento, Lewis parou para escalar o Monte Hood, uma montanha próxima do Oceano. No topo, Clark escreveu a seguinte frase: “ William Clark December 3rd 1805. By land the U. States in 1804 & 1805”.
Clark escreveu no seu diário que o oceano estava à vista. Com a chegada do segundo inverno a ser enfrentado pela expedição, o grupo decidiu votar se acampava na margem norte ou sul do rio Colúmbia. Os exploradores concordaram em acampar no lado Sul, onde fica a actual Astoria, construindo o Forte Clatsop. Enquanto estavam no Forte, os homens começaram os preparativos para a viagem de regresso retirando sal das águas do mar, caçando alces e outros animais, e interagindo com os nativos.
Os exploradores iniciaram a volta em 23 de março de 1806. No retorno, Lewis e Clark usaram quatro canoas “dugout” dos nativos. Um mês após a partida do Forte Clatsop, abandonaram as canoas e contornaram as cascatas. Em 3 de Julho, após atravessarem a Divisória Continental, os exploradores separaram-se em dois grupos para Lewis poder explorar o Rio Marias. Encontraram os índios da tribo Blackfeet. O encontro foi cordial, mas durante a noite os índios tentaram roubar as armas. Na luta que se seguiu, dois índios foram mortos, os únicos responsabilizados pela expedição. O grupo de Lewis era formado por quatro homens: além dele, estavam Drouillard e os irmãos Field, que percorreram 160 quilómetros num dia até acamparem novamente. Clark, enquanto isso, havia entrado no território Crow. Esta tribo ficou reputada como ladrões de cavalos. À noite, metade dos cavalos de Clark sumira, mas nenhum índio fora avistado. Lewis e Clark continuaram separados até à confluência dos rios Yellowstone e Missouri em 11 de Agosto. O grupo de Clark desceu o rio abaixo de barco. Na reunião, um dos caçadores de Clark, Pierre Cruzatte, que era cego de um olho, confundiu Lewis com um alce e feriu-o com um disparo na perna. Após a reunião, os grupos retornaram ao lar pelo rio Missouri e chegaram a St. Louis a 23 de Setembro de 1806.
A expedição terminara com variadas informações sobre os territórios do Oeste americano e sobre as pessoas que lá viviam, bem como as montanhas, plantas e animais. A expedição deu uma grande contribuição para o mapeamento do continente norte-americano.
Em 1807, Clark foi nomeado pelo Presidente Jefferson, como principal agente nas relações mantidas com os índios, no território de Louisiana.
Durante a guerra de 1812, dirigiu várias campanhas e entre essas campanhas ficou conhecida a de 1814 ao longo do rio Mississipi, onde mandou edificar o Forte Shelby.
Quando o território de Missouri foi formado em 1813, Clark foi indigitado como governador pelo Presidente Madison.
Clark casou com Julia Hancock em 1808, em Fincastle, Virginia, e tiveram cinco filhos. Viúvo, voltou a casar com a prima Harriet Kennerly Radford - casamento que lhe deu mais três filhos.
Faleceu na cidade de St. Louis e foi sepultado no cemitério de Bellefontaine, onde foi erguido um obelisco com onze metros de altura.


JOHN COLTER

John Colter nasceu em 1774 e faleceu em 1813, tendo sido um membro importante na expedição de William Clark e Meriwether Lewis, em 1804/1806.
Nasceu na povoação de Augusta, na Virgínia. Por volta de 1780 a família Colter deslocou-se para Oeste e fixou residência em Maysville, no Kentucky. Ainda jovem, Colter serviu como ranger sob as ordens de Simon Kenton. Era considerado como um homem de elevada estatura para a sua época.
Como caçador e guia, foi contratado em 1803 para o grupo de exploração liderado por Lewis. Na famosa expedição dirigida por Lewis e Clark, Colter foi considerado como um dos melhores caçadores do grupo. Contribuiu para descobrir uma passagem pelas Montanhas Rochosas e recrutou membros da tribo do chefe Nez Perce angariando a informação necessária sobre a existência de rios que seguiam a direcção do Oeste. Percorrendo o rio Columbia, aventurou-se até à costa do Pacífico chegando ao Estado actual de Washington.

Experiente da vida selvagem e conhecedor da região Oeste como explorador, batedor, caçador e montanhês, vivendo anos na convivência de tribos índias, Colter resolveu aproveitar o regresso da expedição de Lewis e Clark, em 1806, com destino a St. Loius, Missouri, e separar-se do grupo para seguir uma vida mais autónoma. Juntou-se a dois caçadores conhecidos – Forrest Hancock e Joseph Dickson, e formando uma equipa de caça, dirigiram-se para Yellowstone River.


No ano seguinte, em 1807, Colter foi convidado para se inserir na Companhia de Peles do Missouri cujo proprietário era o conhecido Manuel Lisa, caçador nas paragens das Montanhas Rochosas.
Estabeleceram-se no Forte Raymond e foi nessa inóspita região que Colter conviveu com os índios experimentando os invernos rigorosos e avaliando o negócio das peles. Sozinho, com a sua espingarda e trinta libras de carga, Colter caminhou mais de 500 milhas ajudado apenas por guias índios.
Em 1808, enquanto caçava castores juntamente com um sócio, foram atacados pela tribo dos Blackfeet. Amarrado, roubaram-lhe todos os haveres, mataram o seu companheiro, enquanto Colter aguardava pela sua morte. Para sua surpresa, libertaram-no, mas gritaram para fugir todo despido. Fugindo, praticou o que os índios incitavam como jogo de “caça ao homem”. Depois de muitos quilómetros percorridos, contornou o seu percurso e surpreendeu o único índio que ainda se mantinha na sua pista, matando-o. Tirou-lhe a pouca roupa que trazia e continuou a fugir até encontrar um rio. Por jangada, Colter conseguiu escapar à morte percorrendo cerca de 200 milhas até à chegada ao Forte Raymond, todo rasgado e faminto. Após onze dias de fuga, caiu à cama mais morto do que vivo.
Depois de restabelecidas as forças, regressou ao lugar onde tinha sido atacado para recolher as armadilhas da caça, anteriormente armadas por ele, junto ao rio. Novamente atacado, conseguiu escapar-se mais uma vez.
Viveu durante anos embrenhado em terras totalmente desconhecidas, inóspitas e aguerridas pelas tribos dos Blackfeet e Crows. Regressou à civilização em 1810 para St. Louis, abandonando o negócio das peles, ele que foi o primeiro montanhês da América.


Numa vida constantemente agitada por perigos relacionados com índios, vendeu todas as peles conseguidas nas caçadas, comprou uma parcela de terra e construiu uma cabana, no Missouri. Aqui, casou com Nancy Hooker “Sally” e teve um filho.
Não deixou relatos escritos das suas explorações porém, teve várias conversas com o principal líder, William Clark, que registou todos os acontecimentos narrados por Colter, das coisas que ele tinha avistado nas suas diversas viagens aquando caçador e montanhês. O mapa desenhado por Lewis e Clark e que foi publicado no jornal em Nicholas Biddle´s, em 1814, referiu a ajuda preciosa que Colt contribuiu.
Durante o inverno de 1807 para 1808, Colter ficou conhecido como sendo o primeiro europeu a pisar a região do Yellowstone National Park, descendo até Jackson Hole e avistado the Teton Mountain Range. Colter, passou meses isolado na floresta e é considerado como o primeiro montanhês americano.
Alistou-se na guerra de 1812 e combateu juntamente com familiares de Daniel Boone - os famosos rangers de Nathan Boone.
Haveria de falecer de icterícia em 1813, e não às mãos dos peles vermelhas da tribo Blackfeet, como se chegara a pensar.

Foi sepultado em New Haven, Missouri, em 1813.










Até breve
O amigo Vítor Oliveira -- Ocart

Sem comentários:

Enviar um comentário