Em 1998, no decurso de uma expedição ao Abrigo do Lagar Velho, no Vale do Lapedo, Leiria, para se estudarem algumas pinturas rupestres descobertas anteriormente, foi encontrado um esqueleto de Criança, sepultado há 28.000 anos.
O valor histórico e científico deste achado prende-se com a investigação sobre as características físicas encontradas na criança relacionando o cruzamento do Homoneanderthalensis com o Homo Sapien.
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Esta relevância provou que espécies diferentes de humanos se cruzaram entre si e geraram descendentes. Com o Menino do Lapedo, sugere-se que os Neandertais desapareceram não por extinção, mas por interacção entre eles e os Cro-Magnons e uma absorção do mesmo.
As comunidades pré-históricas, após grandes eventos da vida, atribuíam valor espiritual ou simbólico a certos locais. Este, provavelmente, foi um deles.
Para enterrar o Menino escavaram uma pequena fossa e queimaram um ramo de pinheiro. A criança foi embrulhada numa mortalha tingida a ocre vermelho e estendida na fossa, de costas e ligeiramente inclinada para a parede do abrigo. Junto ao pescoço foi recolhida uma concha, que deveria fazer parte de um colar e, quatro dentes de veado na cabeça, que faziam parte de uma touca. Junto à criança, também foram encontrados ossos de coelho, animal colocado na altura do enterro, como oferenda.
No Centro de Interpretação do Abrigo do Lagar Velho é possível ver uma réplica do esqueleto, bem como uma reconstrução do rosto do menino feito pelo antropólogo Brian Pierson.
O esqueleto foi classificado em 2021 como bem de interesse nacional, sendo-lhe atribuída a designação de tesouro nacional.
Nota: Texto combinado com diversas pesquisas feito por V. Oliveira
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