terça-feira, 8 de maio de 2018

A CONQUISTA DO OESTE AMERICANO Nº.36


MILITARES
“VELHO OESTE”


WILLIAM B.TRAVIS – 1809 – 1836

William Barret Travis, filho de Mark e Jemima Travis, nasceu em 9 de Agosto de 1809 no condado de Saluda, na Carolina do Sul e faleceu em 6 de Março de 1836.
Exerceu advocacia e foi Tenente Coronel com apenas 26 anos, tendo comandado as forças militares da República do Texas e acabando por falecer na batalha de Álamo contra o México.  
Em 1818, ele e a sua família deslocaram-se para Sparta no condado de Conecuh, no Alabama, onde Travis recebeu a instrução escolar. Mais tarde matriculou-se nos arredores de Claiborne e, como bom aluno, chegou a trabalhar como assistente do seu professor.
ROSANNA CATO
Em 1828 foi nomeado delegado e, nesse mesmo ano casou com uma colega de estudos, de dezasseis anos de idade, chamada Rosanna Cato, em 26 de Outubro. Permaneceram em Claiborne até ao nascimento do seu primeiro filho, Charles Edward.
CASA DE TRAVIS E ROSANNA 
Travis, para assegurar o sustento da família tornou-se redator do jornal de Claiborne Herald. Associou-se à Maçonaria e, como maçónico, alistou-se na Milícia de Alabama no 26º. Regimento, Oitava Brigada da 4ª. Divisão.
Por razões desconhecidas, Travis seguiu caminho para o Texas nos princípios de 1831 deixando a esposa grávida duma futura menina e, o seu filho Edward. Travis e Rosanna acabariam por se divorciarem na Comarca Judicial de Marion a 9 de Janeiro de 1836. Os seus filhos ficaram sob os cuidados de um amigo de Travis, David Ayres, até ao provável regresso de seu pai, no após guerra.
Rosanna casou em segundas núpcias com Samuel G. Cloud na cidade de Monroeville, Alabama, em 14 de Fevereiro de 1836 e, posteriormente, em 1843, viria a casar-se novamente com David Y. Portis, no Texas, onde ambos acabaram por falecer com a febre-amarela.
Em Maio de 1831, Travis chegou ao Texas, território sob o domínio Mexicano. Comprou no Norte do Estado uma parcela de terreno a Stephen F. Austin, e dedicou-se à advocacia no povoado de Anahuac onde desempenhou como principal papel, o acender atritos entre os colonizadores americanos e o governo mexicano. Tornou-se mesmo num líder do grupo “War Party”, associação de militantes opositores às leis mexicanas. Foi a figura principal nos distúrbios de Anahuac e que impulsionou o caminho para a guerra.
A Revolução do Texas deu início em Outubro
FORTE ÁLAMO 

de 1835 com a batalha de Gonzales. Travis participou no cerco de Bexar, em Novembro desse ano. Em 19 de Dezembro foi promovido a Tenente Coronel da Legião de Cavalaria e tomou o cargo de chefe de recrutamento do exército Texano.
Esta força consistiu num conjunto de 384 recrutas e oficiais, divididos em seis Companhias.
GOV. HENRY SMITH   
Apesar do seu posto e cargo, Travis tinha como obrigação principal recrutar homens que pudessem servir sob o seu comando, o que viria a ser extremamente difícil devido à recusa dos colonos americanos em desejarem ser alistados nas fileiras das Milícias. Confissão que Travis acabaria por citar numa carta dirigida ao Governador Henry Smith.
Smith ordenou a Travis para formar uma Companhia a fim de reforçar a posição dos Texanos na Missão de Stº. António, em Álamo. Travis pensou seriamente em desobedecer às suas ordens, acabando por lhe responder: “Estou deveras ansioso em defender Bexar, mas não desejava de forma alguma colocar a minha reputação em risco, partindo para o terreno do inimigo com tão poucos meios, homens e com a sua má preparação para o combate.”
A 3 de Fevereiro, Travis, chegou a Stº. António com dezoito homens para reforços. No dia 12, com a patente mais elevada, tomou o Comando da guarnição de Álamo, substituindo o Coronel James C. Neill, do exército Texano. Neil teve que partir para cuidar da sua família adoentada, mas prometeu voltar após vinte dias. Jim Bowie (1795-1836) seria o comandante dos voluntários e Travis o comandante de toda a tropa regular.

O exército mexicano, sob as ordens do ditador General António Lopez de Santa Anna, iniciou o ataque à Missão a 23 de Fevereiro de 1836.
Numa carta de poucas palavras para o alcaide de Gonzalez, Andrew Ponton, Travis escreveu: “O inimigo encontra-se à vista com um exército de grande monta…Necessitamos de homens e provisões…Enviem-nos tudo isso com urgência. Temos 150 homens nas nossas fileiras e estamos determinados à defesa de Álamo até à última.”
Travis, numa outra carta escrita para a Convenção do Texas, ditou estas palavras: “Ainda me encontro determinado a morrer na defesa deste povoado, mas os meus ossos já acusaram o meu país de negligência.”
BATALHA EM ÁLAMO

Ainda numa última carta saída de Álamo, em 3 de Março, Travis dirigiu as seguintes palavras a David Ayres, o amigo que tomou a seu cargo os seus filhos: “Cuida do meu rapazito. Se eu escapar e ganhar esta batalha, poderei ajudá-lo a ser um grande homem; caso contrário, com a derrota e morrendo, ele não terá nada em que se possa orgulhar de mim. Apenas lhe ficará no pensamento que foi filho de um homem que morreu pelo seu país.”
DAVY CROCKETT
Consta-se que três dias antes do assalto final das Forças mexicanas à Missão de Stº António (Forte de Álamo), Travis convocou os seus homens e reuniu-os na praça do Forte. Comunicou-lhes que não haveria reforços que os pudessem ajudar no combate. Assim, desembainhou a sua espada, traçou uma linha no chão térreo e clamou que quem desejasse permanecer para o combate e morrer com ele, para atravessar a marca feita com a sua espada. Quem desejasse abandonar o Forte, poderia partir sem recear a vergonha. A maioria atravessou a marca, deixando apenas dois homens antes da marca. Um dos homens, Jim Bowie, encontrava-se retido no seu leito atacado de febre tifoide, mas solicitou que o levassem para atravessar a marca desenhada por Travis. O outro, era um francês veterano das Guerras Napoleónicas chamado Moses Rose. Rose, que mais tarde confessou: “Meu Deus, eu não estava preparado para morrer.” Galgou, nessa noite, o muro do Forte e escapou-se, divulgando a história da marcação de Travis no chão com a sua espada. Este acontecimento foi contado por Rose a muita gente e durante toda a sua vida.
A 6 de Março de 1836, após 36 dias de cerco, Travis, Jim Bowie, David Crockett e James Bonham foram atacados de surpresa e morreram juntamente com outros combatentes com cerca de 188 a 250 defensores do Forte Álamo.
Os mexicanos invadiram o Forte, cercaram-no, utilizaram escadas para treparem as muralhas e desfizeram as defesas. Há notícias de que Travis morreu após o assalto com uma bala na testa enquanto defendia a ala Norte do Forte.
Joe, um escravo livre ao serviço de Travis, que esteve presente no assalto final ao Forte como não combatente, relatou mais tarde que tinha visto Travis de pé junto à muralha do Forte por onde entravam os atacantes. Viu Travis a ser baleado, viu o mesmo ainda a matar um soldado mexicano e a cair do outro lado da muralha juntamente com ele.
Foi o último registo de confiança sobre a morte de Travis.
Quando o General Santa Anna entrou no Forte pediu ao alcaide de Stº. António, Francisco A. Ruiz, para identificar os corpos dos rebeldes. Ruiz confirmou que o corpo de Travis se encontrava na Ala Norte do Forte, onde tinha tombado de vez.
Poucas horas após o combate, Santa Anna ordenou aos seus soldados para juntarem madeira para queimarem os corpos dos texanos. Por volta das cinco horas da tarde, os corpos de Travis, Crockett, Bowie e Bonham foram cremados juntamente com outros corpos de combatentes americanos.
De referir que em 24 de Fevereiro de 1836, aquando do cerco ao Forte, Travis escreveu uma carta endereçada a toda a população do Texas e a todos os americanos do Mundo: “ Compatriotas e cidadãos amigos, encontro-me cercado por mais de mil soldados mexicanos comandados por Santa Anna. Temos mantido a luta por horas a fio e ainda não perdemos nenhum homem. O inimigo pediu-nos para nos rendermos incondicionalmente. Caso contrário, a guarnição mexicana executará os adversários logo que o Forte seja tomado. Respondi-lhes com um tiro de canhão e acenámos as nossas bandeiras nas muralhas com imenso orgulho. Não nos renderemos nem bateremos em retirada. Nesta altura, em nome da liberdade e do patriotismo, peço ajuda imediata. O inimigo está a receber reforços diários, totalizando quatro mil combatentes nestes últimos dias. Estou determinado a assegurar o cerco tanto tempo quanto possível e a morrer como um soldado que não deve quebrar a sua honra para com o seu país. Vitória ou, morte. William Barret Travis – Ten-Coronel Comandante.”

Travis entregou a carta ao estafeta Albert Martin.
Incapaz de receber auxílio atempadamente à guarnição de Álamo, Travis, depois de falecer, acabou por motivar o povo Texano e a reunir forças para tornar o Texas como país independente. Travis foi considerado o herói da Revolução Texana.
CHARLES
SUSAN
Charles Edward, filho de Travis, foi criado pela sua mãe e pelo seu segundo marido. Conseguiu um lugar na legislatura do Texas em 1853. Em 1855, alistou-se no exército americano como Tenente no Regimento de Cavalaria comandada por Albert Sidney Johnston, mas acabou por ser exonerado em 1856 por conduta imprópria.
Estudou direito e conseguiu formação em 1859 na Universidade de Baylor. Morreu nesse ano com tuberculose e foi sepultado junto à sua irmã.Susan Isabella Travis, filha de Travis, nasceu em 1831 depois de Travis ter partido para o Texas. Em 1850 casou com um fazendeiro de Chapel Hill, e deste casamento nasceu uma filha. 
Até breve                                                                                   
O amigo 




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