MILITARES
“VELHO OESTE”
WILLIAM B.TRAVIS – 1809 – 1836
William
Barret Travis, filho de Mark e Jemima Travis, nasceu em 9 de
Agosto de 1809 no condado de Saluda,
na Carolina do Sul e faleceu em 6 de Março de 1836.
Exerceu advocacia e foi Tenente Coronel
com apenas 26 anos, tendo comandado as forças militares da República do Texas e
acabando por falecer na batalha de Álamo contra o México.
Em 1818,
ele e a sua família deslocaram-se para Sparta no condado de Conecuh, no
Alabama, onde Travis recebeu a instrução escolar. Mais tarde matriculou-se nos
arredores de Claiborne e, como bom aluno, chegou a trabalhar como assistente do
seu professor.
ROSANNA CATO
|
Em 1828
foi nomeado delegado e, nesse mesmo ano casou com uma colega de estudos, de
dezasseis anos de idade, chamada Rosanna Cato, em 26 de Outubro. Permaneceram
em Claiborne até ao nascimento do seu primeiro filho, Charles Edward.
CASA DE TRAVIS E ROSANNA |
Travis, para assegurar o sustento da
família tornou-se redator do jornal de Claiborne Herald. Associou-se à
Maçonaria e, como maçónico, alistou-se na Milícia de Alabama no 26º. Regimento,
Oitava Brigada da 4ª. Divisão.
Por razões desconhecidas, Travis seguiu
caminho para o Texas nos princípios de 1831
deixando a esposa grávida duma futura menina e, o seu filho Edward. Travis e
Rosanna acabariam por se divorciarem na Comarca Judicial de Marion a 9 de
Janeiro de 1836. Os seus filhos
ficaram sob os cuidados de um amigo de Travis, David Ayres, até ao provável regresso de seu pai, no após guerra.
Rosanna casou em segundas núpcias com
Samuel G. Cloud na cidade de Monroeville, Alabama, em 14 de Fevereiro de 1836
e, posteriormente, em 1843, viria a casar-se novamente com David Y. Portis, no
Texas, onde ambos acabaram por falecer com a febre-amarela.
Em Maio de 1831, Travis chegou ao Texas, território sob o domínio Mexicano.
Comprou no Norte do Estado uma parcela de terreno a Stephen F. Austin, e
dedicou-se à advocacia no povoado de Anahuac onde desempenhou como principal
papel, o acender atritos entre os colonizadores americanos e o governo
mexicano. Tornou-se mesmo num líder do grupo “War Party”, associação de
militantes opositores às leis mexicanas. Foi a figura principal nos distúrbios
de Anahuac e que impulsionou o caminho para a guerra.
de 1835 com a batalha de Gonzales.
Travis participou no cerco de Bexar, em Novembro desse ano. Em 19 de Dezembro
foi promovido a Tenente Coronel da Legião de Cavalaria e tomou o cargo de chefe
de recrutamento do exército Texano.
Esta força consistiu num conjunto de 384
recrutas e oficiais, divididos em seis Companhias.
GOV. HENRY SMITH |
Apesar do seu posto e cargo, Travis tinha
como obrigação principal recrutar homens que pudessem servir sob o seu comando,
o que viria a ser extremamente difícil devido à recusa dos colonos americanos
em desejarem ser alistados nas fileiras das Milícias. Confissão que Travis
acabaria por citar numa carta dirigida ao Governador Henry Smith.
Smith ordenou a Travis para formar uma
Companhia a fim de reforçar a posição dos Texanos na Missão de Stº. António, em
Álamo. Travis pensou seriamente em desobedecer às suas ordens, acabando por lhe
responder: “Estou
deveras ansioso em defender Bexar, mas não desejava de forma alguma colocar a
minha reputação em risco, partindo para o terreno do inimigo com tão poucos
meios, homens e com a sua má preparação para o combate.”
A 3 de Fevereiro, Travis, chegou a Stº.
António com dezoito homens para reforços. No dia 12, com a patente mais
elevada, tomou o Comando da guarnição de Álamo, substituindo o Coronel James C.
Neill, do exército Texano. Neil teve que partir para cuidar da sua família
adoentada, mas prometeu voltar após vinte dias. Jim Bowie (1795-1836) seria o comandante dos voluntários e Travis o
comandante de toda a tropa regular.
O exército mexicano, sob as ordens do
ditador General António Lopez de Santa
Anna, iniciou o ataque à Missão a 23
de Fevereiro de 1836.
Numa carta de poucas palavras para o
alcaide de Gonzalez, Andrew Ponton, Travis escreveu: “O inimigo encontra-se à vista com um
exército de grande monta…Necessitamos de homens e provisões…Enviem-nos tudo
isso com urgência. Temos 150 homens nas nossas fileiras e estamos determinados
à defesa de Álamo até à última.”
Travis, numa outra carta escrita para a
Convenção do Texas, ditou estas palavras: “Ainda me encontro determinado a morrer na defesa deste
povoado, mas os meus ossos já acusaram o meu país de negligência.”
BATALHA EM ÁLAMO |
Ainda numa última carta
saída de Álamo, em 3 de Março, Travis dirigiu as seguintes palavras a David
Ayres, o amigo que tomou a seu cargo os seus filhos: “Cuida do meu rapazito. Se eu escapar e
ganhar esta batalha, poderei ajudá-lo a ser um grande homem; caso contrário,
com a derrota e morrendo, ele não terá nada em que se possa orgulhar de mim.
Apenas lhe ficará no pensamento que foi filho de um homem que morreu pelo seu
país.”
DAVY CROCKETT |
Consta-se que três dias antes do assalto
final das Forças mexicanas à Missão de Stº António (Forte de Álamo), Travis
convocou os seus homens e reuniu-os na praça do Forte. Comunicou-lhes que não
haveria reforços que os pudessem ajudar no combate. Assim, desembainhou a sua
espada, traçou uma linha no chão térreo e clamou que quem desejasse permanecer
para o combate e morrer com ele, para atravessar a marca feita com a sua
espada. Quem desejasse abandonar o Forte, poderia partir sem recear a vergonha.
A maioria atravessou a marca, deixando apenas dois homens antes da marca. Um
dos homens, Jim Bowie, encontrava-se retido no seu leito atacado de febre
tifoide, mas solicitou que o levassem para atravessar a marca desenhada por
Travis. O outro, era um francês veterano das Guerras Napoleónicas chamado Moses
Rose. Rose, que mais tarde confessou: “Meu
Deus, eu não estava preparado para morrer.” Galgou, nessa noite, o muro do
Forte e escapou-se, divulgando a história da marcação de Travis no chão com a
sua espada. Este acontecimento foi contado por Rose a muita gente e durante
toda a sua vida.
A 6
de Março de 1836, após 36 dias de cerco, Travis, Jim Bowie, David Crockett
e James Bonham foram atacados de surpresa e morreram juntamente com outros
combatentes com cerca de 188 a 250 defensores do Forte Álamo.
Os mexicanos invadiram o Forte,
cercaram-no, utilizaram escadas para treparem as muralhas e desfizeram as
defesas. Há notícias de que Travis morreu após o assalto com uma bala na testa
enquanto defendia a ala Norte do Forte.
Joe, um escravo livre ao serviço de Travis,
que esteve presente no assalto final ao Forte como não combatente, relatou mais
tarde que tinha visto Travis de pé junto à muralha do Forte por onde entravam
os atacantes. Viu Travis a ser baleado, viu o mesmo ainda a matar um soldado
mexicano e a cair do outro lado da muralha juntamente com ele.
Foi o último registo de confiança sobre a
morte de Travis.
Quando o General Santa Anna entrou no Forte pediu ao alcaide de Stº. António, Francisco A. Ruiz, para identificar os corpos dos rebeldes. Ruiz confirmou que o corpo de Travis se encontrava na Ala Norte do Forte, onde tinha tombado de vez.
Poucas horas após o combate, Santa Anna
ordenou aos seus soldados para juntarem madeira para queimarem os corpos dos
texanos. Por volta das cinco horas da tarde, os corpos de Travis, Crockett,
Bowie e Bonham foram cremados juntamente com outros corpos de combatentes
americanos.
De referir que em 24 de Fevereiro de 1836, aquando do cerco ao Forte, Travis escreveu
uma carta endereçada a toda a população do Texas e a todos os americanos do
Mundo: “
Compatriotas e cidadãos amigos, encontro-me cercado por mais de mil soldados
mexicanos comandados por Santa Anna. Temos mantido a luta por horas a fio e
ainda não perdemos nenhum homem. O inimigo pediu-nos para nos rendermos
incondicionalmente. Caso contrário, a guarnição mexicana executará os
adversários logo que o Forte seja tomado. Respondi-lhes com um tiro de canhão e
acenámos as nossas bandeiras nas muralhas com imenso orgulho. Não nos
renderemos nem bateremos em retirada. Nesta altura, em nome da liberdade e do
patriotismo, peço ajuda imediata. O inimigo está a receber reforços diários,
totalizando quatro mil combatentes nestes últimos dias. Estou determinado a
assegurar o cerco tanto tempo quanto possível e a morrer como um soldado que
não deve quebrar a sua honra para com o seu país. Vitória ou, morte. William
Barret Travis – Ten-Coronel Comandante.”
Travis entregou a carta ao estafeta Albert
Martin.
Incapaz de receber auxílio atempadamente à
guarnição de Álamo, Travis, depois de falecer, acabou por motivar o povo Texano
e a reunir forças para tornar o Texas como país independente. Travis foi considerado o herói da Revolução
Texana.
CHARLES |
SUSAN |
Charles Edward,
filho de Travis, foi criado pela sua mãe e pelo seu segundo marido. Conseguiu
um lugar na legislatura do Texas em 1853. Em 1855, alistou-se no exército
americano como Tenente no Regimento de Cavalaria comandada por Albert Sidney
Johnston, mas acabou por ser exonerado em 1856 por conduta imprópria.
Estudou direito e conseguiu formação em
1859 na Universidade de Baylor. Morreu nesse ano com tuberculose e foi
sepultado junto à sua irmã.Susan
Isabella Travis, filha de Travis, nasceu em 1831 depois de Travis ter
partido para o Texas. Em 1850 casou com um fazendeiro de Chapel Hill, e deste
casamento nasceu uma filha.
Até breve
O
amigo
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