quarta-feira, 28 de outubro de 2015

FEIRA DA VIRGEM, OU FEIRA DA LADRA

Esta pequena estátua está erigida no largo onde se realizam ás terças e sábados a "Feira da Ladra". É dedicada ao médico António Gomes que pertenceu à Marinha de Guerra Portuguesa
A Feira da Ladra teve início no Chão da Feira, ao Castelo, provavelmente em 1272, tendo mais tarde passado para o Rossio. É no ano de 1552 que surge uma primeira notícia da realização da Feira no Rossio, na Estatística Manuscrita de Lisboa. Em 1610 ​ aparece a designação Feira da Ladra numa postura oficial.
Depois do terremoto de 1755 instalou-se na Cotovia de Baixo (actual Praça da Alegria), estendendo-se mesmo pela Rua Ocidental do Passeio Público.
Em 1823 foi transferida para o Campo de Santana, onde esteve apenas cinco meses, voltando para a Praça da Alegria.
Em 1835 voltou para o Campo de Santana, onde se conservou até 1882, antes de passar para o Campo de Santa Clara, às terças-feiras, e, desde 1903, também aos sábados. 

Curiosidade sobre a cidade de Lisboa: a Feira da Virgem
Para quem, como eu, ainda não sabia que o nome da Feira da Ladra em Lisboa não tem nada a ver com ladras ou ladrões, mas sim com a língua árabe. De facto a Feira da Ladra remonta ao século XIII(ou mesmo antes), quando a língua árabe era ainda familiar em Lisboa, apesar das barbaridades cometidas pelos cruzados, que a conquistaram aos  Mouros.  
A conquista "cristã" de Lisboa em 1147 foi um desastre para a cidade. Diz-se que o nosso primeiro rei, impotente perante o assalto assassino à população de Lisboa, que vivia civilizada e em comunidade com os cristão arabizados, sofreu por ver que os seus aliados do Norte da Europa, não distinguiam as pessoas, e para eles todos eram infiéis e inimigos, que se deviam matar desapiedadamente. 
Afonso Henriques queria, sim, a cidade, mas não queria um genocídio. Enfim, entre mortos e feridos, alguns escaparam e a feira passou a ter o seu nome:
Feira da Ladra, que realmente quer dizer Feira da Virgem (a Mãe de Jesus), pois "A Virgem" em árabe diz-se "al-aadraa" (العذراء).
Esta palavra, ouve-se repetidamente na "Nursat", o canal televisivo dos Maronitas (Católicos) do Líbano.


Contributo de Orlando Simões

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