Esta pequena estátua está erigida no largo onde se realizam ás terças e sábados a "Feira da Ladra". É dedicada ao médico António Gomes que pertenceu à Marinha de Guerra Portuguesa |
A Feira da Ladra teve início no Chão da Feira, ao
Castelo, provavelmente em 1272, tendo mais tarde passado para o Rossio. É no
ano de 1552 que surge uma primeira notícia da realização da Feira no Rossio, na
Estatística Manuscrita de Lisboa. Em 1610 aparece a designação Feira da Ladra
numa postura oficial.
Depois do terremoto de 1755 instalou-se na Cotovia de Baixo
(actual Praça da Alegria), estendendo-se mesmo pela Rua Ocidental do Passeio
Público.
Em 1823 foi transferida para o Campo de Santana, onde esteve
apenas cinco meses, voltando para a Praça da Alegria.
Em 1835 voltou para o Campo de Santana, onde se conservou
até 1882, antes de passar para o Campo de Santa Clara, às terças-feiras, e,
desde 1903, também aos sábados.
Curiosidade sobre a cidade de Lisboa: a Feira da
Virgem
Para quem, como eu, ainda não sabia que o nome da Feira da
Ladra em Lisboa não tem nada a ver com ladras ou ladrões, mas sim com a língua
árabe. De facto a Feira da Ladra remonta ao século XIII(ou mesmo antes), quando
a língua árabe era ainda familiar em Lisboa, apesar das barbaridades cometidas
pelos cruzados, que a conquistaram aos Mouros.
A conquista
"cristã" de Lisboa em 1147 foi um desastre para a cidade. Diz-se que
o nosso primeiro rei, impotente perante o assalto assassino à população de
Lisboa, que vivia civilizada e em comunidade com os cristão arabizados, sofreu
por ver que os seus aliados do Norte da Europa, não distinguiam as pessoas, e
para eles todos eram infiéis e inimigos, que se deviam matar desapiedadamente.
Afonso Henriques queria, sim, a cidade, mas não queria um genocídio. Enfim,
entre mortos e feridos, alguns escaparam e a feira passou a ter o seu nome:
Feira da Ladra, que realmente quer dizer Feira da Virgem (a
Mãe de Jesus), pois "A Virgem" em árabe diz-se "al-aadraa"
(العذراء).
Esta palavra, ouve-se repetidamente na "Nursat", o
canal televisivo dos Maronitas (Católicos) do Líbano.
Contributo de Orlando Simões
Sem comentários:
Enviar um comentário