terça-feira, 24 de junho de 2025

PERGUNTAS AO TEMPO! POR FREIXO DE ESPADA À CINTA.


Freixo...

Onde estão do outrora, essas imagens em que eu via o mundo como sonhos de menino?
A torre, meu castelo de ilusões, o lendário Freixo, orgulhoso da sua nobreza, o cronista do Oriente, imortalizado em pedestal, a praça, salão nobre dos "raparigos", o poeta que me viu "partir chorando", a igreja, orgulho de todos nós, filhos da terra manuelina, o rio, esse Douro mágico que espalha nectar por tudo o que é mundo.
E Vós, Senhora dos Montes Ermos, quantas mães te prometeram a jorna, pela troca de uma promessa
cumprida?...
A tua morada continua na alvura dos anjos?
Conta-me Freixo, o misterioso segredo da avó Leopoldina no seu desespero na velha ponte romana do carril!
Diz-me da eterna saudade dos avós Zaira e Eugénio na rua de Trás do Adro, onde as férias de verão eram o meu anseio no fim do ano escolar.
Poderei dizer que os "lanches" em casa da Tia Alice, adornados com pitadas de humor do tio Manel serão memórias para levar até à eternidade? Claro que sim, dizem-mo as lágrimas suaves que humedecem sempre as minhas lembranças.
Lembra-me do trigo das searas arrastado pela brisa suave das manhãs de Junho; da horta da tia Francisca, onde as romãs eram presentes da velha mina, que lhes refrescava as raízes "maternas".
Onde posso lembrar o velho jumento do primo Manuel, que tantas vezes pelo raiar do dia, me "passeava" pelo tortuoso caminho do Valduço?
Onde são as fantásticas miragens, de sonhos esvaídos do passado, que o Penedo Durão me pintava no pensamento?
Posso recordar as amendoeiras em flor, que no vale ou monte, transformavam a agreste paisagem?
Ainda vejo junto à fresca e velha fonte, a mítica imagem do lavrador acariciando a terra?
Ali bem perto, a frondosa árvore, lembrava as velhas histórias do tio Branqueja, repassadas na narração, mas sempre com imagens novas na minha inocência.
Diz-me, Freixo da espada, os sinos ainda tocam às trindades?
Como tudo me parece hoje diferente, quando vos analiso à luz fria e neutral do pensamento. 
 
Jcorredeira

terça-feira, 10 de junho de 2025

O MENINO DO LAPEDO

Em 1998, no decurso de uma expedição ao Abrigo do Lagar Velho, no Vale do Lapedo, Leiria, para se estudarem algumas pinturas rupestres descobertas anteriormente, foi encontrado um esqueleto de Criança, sepultado há 28.000 anos.

O valor histórico e científico deste achado prende-se com a investigação sobre as características físicas encontradas na criança relacionando o cruzamento do Homoneanderthalensis com o Homo Sapien. 


Esta relevância provou que espécies diferentes de humanos se cruzaram entre si e geraram descendentes. Com o Menino do Lapedo, sugere-se que os Neandertais desapareceram não por extinção, mas por interacção entre eles e os Cro-Magnons e uma absorção do mesmo.

As comunidades pré-históricas, após grandes eventos da vida, atribuíam valor espiritual ou simbólico a certos locais. Este, provavelmente, foi um deles. 

Para enterrar o Menino escavaram uma pequena fossa e queimaram um ramo de pinheiro. A criança foi embrulhada numa mortalha tingida a ocre vermelho e estendida na fossa, de costas e ligeiramente inclinada para a parede do abrigo. Junto ao pescoço foi recolhida uma concha, que deveria fazer parte de um colar e, quatro dentes de veado na cabeça, que faziam parte de uma touca. Junto à criança, também foram encontrados ossos de coelho, animal colocado na altura do enterro, como oferenda.
No Centro de Interpretação do Abrigo do Lagar Velho é possível ver uma réplica do esqueleto, bem como uma reconstrução do rosto do menino feito pelo antropólogo Brian Pierson.


O esqueleto foi classificado em 2021 como bem de interesse nacional, sendo-lhe atribuída a designação de tesouro nacional.



Nota: Texto combinado com diversas pesquisas feito por V. Oliveira

terça-feira, 27 de maio de 2025

A LENDA DA GRUTA DE CAMÕES


O poeta Luís de Camões vivia em Macau numa espécie de desterro, provocado por invejas e inimizades em Portugal. 

As intrigas obrigaram-no também a deixar aquela terra, tendo embarcado como prisioneiro na famosa Nau de Prata, nos finais de 1557. 

Luís de Camões despediu-se da famosa gruta de Patane, em Macau, que tinha escutado o eco dos seus sonhos e do seu desespero, e apresentou-se ao capitão da Nau de Prata. 

Interrogado sobre o papel enrolado que levava na mão, Camões respondeu que era toda a sua fortuna e que talvez fosse aquela a sua herança para todos os Portugueses. Tratava-se da epopeia “Os Lusíadas” que contava a história do seu povo e que, segundo a lenda, terá sido escrita naquela gruta. Escritos com toda a alma e toda a saudade de português, injustamente privado da pátria, aqueles versos eram o maior de todos os seus tesouros e os únicos companheiros do seu infortúnio.

Da amurada da nau, estava Camões a despedir-se da gruta, quando ouviu uma voz de mulher que o interrogava sobre a sua tristeza. Era uma nativa de Patane, que o conhecia, e em quem ele nunca tinha reparado, apesar da sua extrema beleza. Tin-Nam-Men era o nome da nativa que, na sua língua, significava Porta da Terra do Sul – a Porta do Paraíso. 

Tin-Nam-Men tinha observado Camões, durante muito tempo, sem nunca se atrever a falar-lhe até àquele dia. Perdidamente apaixonada por Camões, tinha-o seguido até ao barco. Partindo com o poeta, conta a lenda que, na Nau de Prata, nasceu mais uma relação amorosa na vida já tão romanesca de Luís de Camões, até ao trágico dia em que uma tempestade irrompeu nos mares do Sul. 

Como a Nau de Prata estava condenada a afundar-se, embarcaram as mulheres num batel e os homens salvaram-se a nado. Camões, de braço no ar, segurando “Os Lusíadas”, nadou até terra, mas o barco onde seguia a linda Tin-Nam-Men foi engolido pelas ondas. 

Foi à bela Dinamene, como o poeta lhe chamou, que Camões terá dedicado os seus belos sonetos “Alma minha gentil, que te partiste... “ e também “Ah! Minha Dinamene! Assim deixaste”.

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

 

Nota: Compilação e arranjo trabalhado por V. Oliveira
           Pesquisa feita em “lendas históricas e tradicionais”

quarta-feira, 14 de maio de 2025

ÉVORA MONTE




O Mistério da Antiga Cidade Alentejana de Dipo e da Tribo Sefe

Há muito que se suspeitava que esta misteriosa cidade de Dipo existia em Évora Monte, localizada na bela região do Alentejo em Portugal. 

Descobertas recentes forneceram mais evidências de sua existência, e estamos aqui para contar sua fascinante história.

Antes dos lusitanos, numerosas outras tribos habitavam a terra que hoje conhecemos como Portugal. Uma dessas tribos eram os Sefes, também conhecido como Ofis, que significa “povo das serpentes”. 

Curiosamente, os gregos se referiam à região ocidental da Península Ibérica como Ophiússa. Precedendo os Sefes, os Strymonians residiram aqui e foram finalmente conquistados pelos Sefes.

Além dos Sefes, existiam na zona outras tribos celtas, como os Cónios a sul e os Tamaganos e Brácaros a norte. Essas tribos, incluindo Estrymnios, Brácaros, Tamaganos, Sefes e Lusitanians, migraram para a Península Ibérica em diferentes épocas, muito antes de os romanos introduzirem sua língua e cultura.

Entre essas tribos celtas, os Sefes eram considerados um dos mais avançados culturalmente. A sua capital era considerada Dipo, e especula-se que se situasse na actual localidade de Évora Monte no Alentejo.


Nota: Compilação e arranjo feito por V. Oliveira 


terça-feira, 29 de abril de 2025

A ORIGEM DO POVO LUSITANO QUE AINDA HABITA ACTUALMENTE PORTUGAL É INCRIVELMENTE ANTIGA


SOMOS MARCADOS COM UM GENE QUE NÃO EXISTE EM MAIS NENHUM LUGAR DO MUNDO

SOMOS OS ÚLTIMOS SOBREVIVENTES DE UMA ANTIQUÍSSIMA RAÇA IBÉRICA PRÉ-MEDITERRÂNICA

Os cientistas estão certos das particularidades genéticas dos cidadãos portugueses descendentes dos Lusitanos, particularmente os Lusitanos que ainda habitam as montanhas isoladas, as aldeias e vilas do interior Beirão.

O porquê das nossas diferenças é simples:

Não nos deixámos misturar com os Norte-Africanos do Paleolítico, da chamada raça Mediterrânica, portanto, não temos o gene do Mediterrâneo, como o têm os Cónios do barrocal Algarvio; nem nos deixámos absorver completamente pelos Indo-Europeus, especialmente os Celtas, apesar da forte influência cultural e linguística destes últimos sobre nós, especialmente sobre os Calaicos a norte do Douro.
O que prova isolamento, e temos dois genes específicos, sendo que um deles não foi encontrado em mais nenhum lugar no Mundo. 
Os descendentes dos lusitanos possuem dois genes próprios: o A25-BIS-DR2 e o A26-B38-DR13.
A estes genes portugueses foi adicionado o gene Europeu, que para aqui veio através dos Celtas.
E foi esta mistura que deu origem aos Lusitanos (e aos outros povos nativos), que ainda hoje habitam maioritariamente em Portugal.


A Bandeira da Lusitânia era um pano branco com um dragão alado verde e, os lusitanos foram um povo que viveram há 3000 anos na Península Hispânica, aproximadamente no espaço onde hoje é Portugal.
Além da língua, das tradições e costumes, tinham a sua própria escrita, religião e mitologia. 


No entanto, se a Lusitânia estava abaixo do Rio Douro, o Condado de Portugal nasceu há 1150 anos, precisamente acima das margens do Rio Douro. 
Após a conquista, os lusitanos absorvem a cultura romana, mais tarde misturam-se com suevos, visigodos, árabes e assim, desapareceu na penumbra do tempo que chamamos história, cedendo aos conquistadores vindos do Norte do Douro para cristianizar os povos maometanos do sul, eram os portucalenses que de lusitanos nem a ideia tinham.
Dizer que os portugueses são lusitanos é meramente figurativo e poético, daí essa ideia simbólica ter sido usada por Camões no poema épico dos Lusíadas.


NOTA: Compilação e arranjo feito por V. Oliveira

terça-feira, 15 de abril de 2025

ANGOLA - O MORRO DO ALTO HAMA


Um monólito é uma estrutura geológica, como uma montanha, por exemplo, constituído por uma única e maciça pedra ou rocha, ou por um único pedaço de rocha colocado como tal.

O Morro Luvili é o segundo maior monólito da face da terra. Com aproximadamente 2 mil metros de altura, este gigantesco monólito está situado na comuna do Alto Hama, município do Londuimbali, província do Huambo.

É também na província do Huambo, a sul de Luimbale e a cerca de 42 km a sudoeste da cidade do Huambo, no município de Ekunha que se localiza o Morro do Moco, o ponto mais alto de Angola, com 2.620m, com um formato semi-triangular com o topo apontado ao céu.

Os especialistas atribuem o primeiro lugar ao Monte Augustus. O monte Augustus fica a 1105 metros de altitude, e, com aproximadamente 860 m de altura, cobre uma área de 47.95 km, e está localizado na Austrália e possui um cume central de 8 km de comprimento.
O monte Augustus é largamente difundido como ” o maior monólito do mundo”.

Segundo a tradição local, o morro Lubiri está localizado numa área carregada de vários Mistérios, sobretudo quando chega a noite. 

Conta-se que durante a noite se regista a presença de espíritos com os quais só as entidades tradicionais sabem lidar. 

O certo mesmo é que a beleza do Morro Lubiri atrai qualquer pessoa que lá vai fazer uma visita, que chega a ser memorável.

O Morro Luvili é um espaço de beleza paradisíaca!...






NOTA: Compilação e arranjo feito por V. Oliveira


terça-feira, 1 de abril de 2025

CITÂNIA DE BRITEIROS


A Citânia de Briteiros é um local arqueológico céltico da Idade do Ferro, situado no alto do monte de São Romão, na antiga freguesia de Salvador de Briteiros, município de Guimarães.

Consiste num castro ou povoado fortificado de grandes dimensões, composto por um núcleo urbano central no topo da colina, e um conjunto de muralhas que defendia o povoado em si.

É considerado um dos principais lugares arqueológicos da proto-história em território nacional, tendo permitido um estudo aprofundado da cultura e organização urbana castreja do Norte do país.
Foram encontrados vestígios de uma complexa organização urbana, com uma malha de ruas a delimitarem áreas públicas e privadas, e um grande conjunto de residências de formatos diversos, dois balneários, num dos quais foi descoberta a famosa laje conhecida como Pedra Formosa, e um edifício central de reuniões.
A colina foi habitada desde o neolítico ao calcolítico, mas o castro em si é muito mais tardio, tendo atingido o seu auge entre os séculos II a I a.C. Porém, entrou em declínio após a conquista romana, tendo deixado de ser permanentemente habitado no século II d.C., embora a ocupação se tenha provavelmente prolongado até ao século IV.


Embora as ruínas sejam conhecidas pelo menos desde o século XVI, os primeiros trabalhos arqueológicos só se iniciaram na década de 1870, por Francisco Martins Sarmento. 
A Citânia de Briteiros foi classificada como Monumento Nacional em 1910 e depois de trabalhos pontuais na década de 1980 e em 2002, em 2004 teve início uma nova série de estudos da Citânia de Briteiros, por parte da Sociedade Martins Sarmento e da Universidade do Minho.

PEDRA FORMOSA


É um monólito de granito, trabalhado provavelmente há uns três mil anos, com quase três metros de largura e mais de dois de altura, pesando aproximadamente cinco toneladas.
Trata-se da peça principal de um monumento que é essencialmente um conjunto arquitectónico pré-romano de banhos (vapor e água) construído no período castrejo

NOTA: Recolha resumida e trabalhada por V. Oliveira