terça-feira, 28 de outubro de 2025

OS SETE CASTELOS DA BANDEIRA PORTUGUESA


Quais são os 7 castelos da Bandeira Portuguesa?

Os sete castelos são tradicionalmente considerados um símbolo das vitórias portuguesas sobre os seus inimigos mouros, durante o reinado de D. Afonso III, que supostamente conquistou sete fortalezas inimigas durante a conquista do Algarve, concluída em 1249.

Estes castelos seriam as fortalezas de Estômbar, Paderne, Aljezur, Albufeira, Cacela, Sagres e Castro Marim, todas pertencentes ao Algarve.

O Castelo de Estômbar, também conhecido como Abenabece, foi provavelmente construído no século XI, durante o período de domínio muçulmano.

Estômbar foi nessa altura um importante centro produtor de sal.

Segundo o investigador Christophe Picard, o castelo de Estômbar faria parte de um conjunto de fortificações muçulmanas ao longo da costa algarvia, em conjunto com os de Alvor, Portimão e Albufeira.

O Castelo de Paderne é um monumento militar na freguesia de Paderne, pertencente ao Município de Albufeira. O primeiro edifício militar naquele sítio terá sido um castro lusitano, conquistado depois pelos romanos, mas o castelo em si só foi construído nos séculos XI ou XII, durante o período muçulmano.

É considerado um dos símbolos do município, e um dos mais importantes exemplares da arquitectura militar islâmica na Península Ibérica. No interior destaca-se uma ermida dedicada a Nossa Senhora da Assunção.

O Castelo de Aljezur foi edificado no século X pelos árabes e fez parte integrante do sistema defensivo de Silves. De acordo com os vestígios encontrados, o sítio foi ocupado pelo menos desde as idades do Bronze e Ferro, tendo sido depois utilizado durante os períodos romano e islâmico e após a Reconquista. A sua principal função era controlar a Ribeira de Aljezur, pelo que terá sido abandonado na transição entre os séculos XV e XVI, devido ao assoreamento daquele eixo fluvial.

O Castelo de Albufeira, de que restam ruínas, também referido como Castelo e cerca urbana de Albufeira, era um castelo islâmico almorávida, de planta poligonal, originalmente com nove torres.

Ao tempo da invasão romana da Península Ibérica denominava-se de "Baltum".

À época da invasão muçulmana, a partir do século VIII, teria sido fortificada, conforme atesta o seu topónimo árabe "Al-Buhera" com o significado de "Castelo do Mar". 

A povoação de "Al-Buhera" foi finalmente conquistada, em 1250, pelas forças de Afonso III  (1248-1279), sendo o castelo e os seus domínios doados pelo soberano aos cavaleiros da Ordem de Avis.  

O Castelo de Cacela ergueu-se na povoação de Cacela-Velha

Em posição dominante numa elevação rochosa sobranceira à ria Formosa, os seus vestígios encontram-se actualmente compreendidos no património classificado da Fortaleza de Cacela e da própria povoação de Cacela Velha, um dos mais importantes conjuntos arquitectónicos do Algarve.

 Pensa-se que, durante o califado, o alfoz de Cacela se estenderia até ao actual concelho de Alcoutim, englobando alcarias e castelos, tais como o Castelo Velho de Alcoutim e o Castelo das Relíquias, situados em espaços pastoris e mineiros.

A Fortaleza de Sagres, também referida como Castelo de Sagres ou Forte de Sagres, é um monumento militar.  

A fortaleza é de grande importância histórica, devido à sua ligação ao Infante D. Henrique e aos Descobrimentos Portugueses. 

As referências mais antigas ao cabo foram feitas pelo historiador grego Éfero de Cime, no século IV a.C., que o denominou de Hieron Akroterion. Este termo foi posteriormente traduzido para latim como Promontório Sagrado por Plínio, o Velho na sua obra História Natural. 

Castelo de Castro Marim é uma fortificação raiana, em posição dominante sobre o chamado monte do Castelo, defendia aquele ponto de travessia sobre a margem direita da foz do rio Guadiana.

Castro Marim recebeu Carta de Foral passada por D. Afonso III desde 8 de Julho de 1277, com a determinação para a reconstrução de sua defesa.

Posteriormente, mantendo a sua importância, foi ocupada por Vândalos e por Muçulmanos, alguns autores atribuindo a estes últimos a edificação do primitivo castelo, de planta quadrada, com torres semi-circulares nos vértices.


Nota: Composição feita por V. Oliveira







terça-feira, 14 de outubro de 2025

MARGARET MEAD, ANTROPÓLOGA NORTE AMERICANA – 1901 / 1978


Anos atrás, um estudante perguntou à antropóloga Margaret Mead qual teria sido para ela o primeiro sinal de civilização numa cultura antiga. E o estudante aguardava que Mead lhe falasse sobre anzóis, vasos de barro ou, pedras de moer.

Mas não! Mead disse que o primeiro sinal de civilização numa cultura antiga foi um fémur (osso da coxa) que tinha sido quebrado e que depois foi tratado…

Mead explicou que no reino animal, se uma perna for quebrada, a probabilidade de morte é certa. Qualquer animal, sendo racional ou, irracional, não pode fugir do perigo, chegar ao rio para beber ou, caçar para comer. Torna-se como que carne para alimento de bestas rondando. 

E, nenhum animal sobrevive a uma perna partida tempo suficiente para o osso sarar.

Um fémur quebrado que sarou é a prova de que alguém despendeu o seu tempo para ficar com quem caiu, e que tratou da sua ferida, e que levou a pessoa para um lugar seguro e, a cuidou através da recuperação.

Estamos no nosso melhor quando servimos os outros. 

Sê civilizado.



Ajudar outra pessoa através da dificuldade é onde a civilização começou, disse Mead


Nota: Texto resumido e composto por V. Oliveira

terça-feira, 30 de setembro de 2025

ÓBIDOS E O SEU CASTELO


Atribui-se ao Castelo de Óbidos origem romana, provavelmente assente num castro. Foi posteriormente fortificação sob o domínio árabe.

Depois de conquistado pelos cristãos (1148) foi várias vezes reparado e ampliado. No reinado de D. Manuel I, o seu alcaide manda construir um paço e alterar algumas partes do castelo. No Paço dos Alcaides salientam-se as janelas de belo recorte manuelino abertas para o interior do pátio. 

Foi construído na zona mais elevada do outeiro de Óbidos, sendo complementado pela chamada Cerca Velha, Torre Albarrã (ou de D. Sancho I) e Torre do Facho. São ainda do seu tempo a chaminé existente na sala principal e o portal encimado pelas armas reais e da família Noronha, ladeado por duas esferas armilares. O Paço sofreu fortes danos com o terramoto de 1755. 


Após a reconquista cristã, sofreu ampliações e fortificações por ordem de diversos reis, destacando-se a construção da barbacã, da Torre de D. Dinis e da Torre de D. Fernando, bem como da Cerca Nova. 

No último século e meio da Idade Média, este complexo “residencial” parece ter sido bastante utilizado pela monarquia portuguesa, que, nos meados do século XV, contava mesmo com a presença de um “paceiro” no local.

No século XVI, o Paço dos Alcaides foi reconstruído pelo alcaide-mor D. João de Noronha.

No século XX estava em total ruína tendo sido recuperado para instalar a Pousada (a primeira pousada do Estado em edifício histórico).

Em 1948, recebeu obras de adaptação a pousada histórica, que abriu as suas portas em 1950.


Pertinho deste castelo existiu uma cidade Romana chamada de EBUROBRITTIUM, referida por Plínio-O-Velho, o mesmo naturalista e historiador romano que relatou ao vivo o desabrochar do vulcão Vesúvio e, o “enterro” de Pompeia…

Primam neste link para aglomerarem cultura!
https://www.cm-obidos.pt/viver/arqueologia/cidade-romana-de-eburobrittium

Nota: Compilação e arranjo feito por V. Oliveira 

terça-feira, 16 de setembro de 2025

OS DEZ MANDAMENTOS… PARA SE AMAR UM IDOSO!…


Estes mandamentos foram redigidos por um frade carmelita italiano, e introduzido no português por um confrade da mesma ordem, em Teresópolis

1 — DEIXE-O FALAR... do seu passado, porque nele existe um tesouro de verdade, de experiência e de beleza.

2 — DEIXE-O VENCER... as discussões, porque ele tem necessidade de sentir-se seguro dele mesmo.

3 — DEIXE-O VISITAR OU RECEBER... seus velhos amigos, porque entre eles se sente reviver. Junto a eles, será respeitado pela sua história e amizade.

4 — DEIXE-O CONTAR... suas histórias, mesmo repetidas, porque se sente feliz quando o escutamos.

5 — DEIXE-O VIVER... entre as coisas que ele mais amou, porque sofre sentindo que arrancamos pedaços de sua vida.


6 — DEIXE-O RECLAMAR... quando estiver nervoso, porque os idosos e as crianças têm o direito à tolerância e à compreensão.

7 — DEIXE-O PASSEAR... com você, nos fins-de-semana ou nas férias, para que não sinta remorsos se, no próximo ano, ele não estiver contigo.

8 — DEIXE-O ENVELHECER... com o mesmo e paciente amor com que deixa crescer seus filhos porque tudo isso é parte da natureza.

9 — DEIXE-O REZAR... como ele souber e como quiser para descobrir a presença de Deus em seu caminho que falta percorrer. Quando puder reze com ele.

10 — DEIXE-O MORRER... nos braços da família e junto com amigos. Mas antes disso, DEIXE-O VIVER... como ele quiser...




Nota:
O texto acima foi transcrito e adaptado por Pascoal Nunes.
São dele as modificações e adições ao texto original, mas mantendo o mesmo sentido.
Captação da rubrica: “Eu e a Vida”, e articulado por V. Oliveira  

terça-feira, 2 de setembro de 2025

CARTA A JOSEFA, MINHA AVÓ


"Tens noventa anos. És velha, dolorida. Dizes-me que foste a mais bela rapariga do teu tempo — e eu acredito. Não sabes ler. Tens as mãos grossas e deformadas, os pés encortiçados. Carregaste à cabeça toneladas de restolho e lenha, albufeiras de água.

Viste nascer o sol todos os dias. De todo o pão que amassaste se faria um banquete universal. Criaste pessoas e gado, meteste os bácoros na tua própria cama quando o frio ameaçava gelá-los. Contaste-me histórias de aparições e lobisomens, velhas questões de família, um crime de morte. Trave da tua casa, lume da tua lareira — sete vezes engravidaste, sete vezes deste à luz.

Não sabes nada do mundo. Não entendes de política, nem de economia, nem de literatura, nem de filosofia, nem de religião. Herdaste umas centenas de palavras práticas, um vocabulário elementar. Com isto viveste e vais vivendo. 

És sensível às catástrofes e também aos casos de rua, aos casamentos de princesas e ao roubo dos coelhos da vizinha. Tens grandes ódios por motivos de que já perdeste lembrança, grandes dedicações que assentam em coisa nenhuma. Vives. Para ti, a palavra Vietname é apenas um som bárbaro que não condiz com o teu círculo de légua e meia de raio. Da fome sabes alguma coisa: já viste uma bandeira negra içada na torre da igreja. (Contaste-mo tu, ou terei sonhado que o contavas?)

Transportas contigo o teu pequeno casulo de interesses. E, no entanto, tens os olhos claros e és alegre. O teu riso é como um foguete de cores. Como tu, não vi rir ninguém. Estou diante de ti, e não entendo. Sou da tua carne e do teu sangue, mas não entendo. Vieste a este mundo e não curaste de saber o que é o mundo. 

Chegas ao fim da vida, e o mundo ainda é, para ti, o que era quando nasceste: uma interrogação, um mistério inacessível, uma coisa que não faz parte da tua herança: quinhentas palavras, um quintal a que em cinco minutos se dá a volta, uma casa de telha-vã e chão de barro. 

Aperto a tua mão calosa, passo a minha mão pela tua face enrugada e pelos teus cabelos brancos, partidos pelo peso dos carregos — e continuo a não entender. Foste bela, dizes, e bem vejo que és inteligente. Por que foi então que te roubaram o mundo? Quem to roubou? Mas disto talvez entenda eu, e dir-te-ia o como, o porquê e o quando se soubesse escolher das minhas inumeráveis palavras as que tu pudesses compreender. Já não vale a pena. O mundo continuará sem ti — e sem mim. Não teremos dito um ao outro o que mais importava. Não teremos, realmente? Eu não te terei dado, porque as minhas palavras não são as tuas, o mundo que te era devido. Fico com esta culpa de que me não acusas — e isso ainda é pior. 

Mas porquê, avó, por que te sentas tu na soleira da tua porta, aberta para a noite estrelada e imensa, para o céu de que nada sabes e por onde nunca viajarás, para o silêncio dos campos e das árvores assombradas, e dizes, com a tranquila serenidade dos teus noventa anos e o fogo da tua adolescência nunca perdida: 

«O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer!»

É isto que eu não entendo, mas a culpa não é tua.”



Carta escrita por José Saramago para a sua avó, publicada no jornal A Capital, em 1968 


terça-feira, 19 de agosto de 2025

ERATÓSTENES CÁLCULO DA CIRCUNFERÊNCIA DA TERRA HÁ MAIS DE 2000 ANOS





Eratóstenes, foi o homem que mediu o mundo... com um pau e uma sombra

Há mais de 2000 anos, um sábio grego que vivia no Egipto fez algo que parece ser ficção científica: calculou a circunferência da Terra com grande precisão... usando apenas observação, geometria e um pau. 
Nascido em Cirene (uma antiga cidade grega) por volta de 276 a.C., foi um verdadeiro génio do seu tempo: matemático, astrónomo, filósofo, geógrafo e também director da famosa Biblioteca de Alexandria, talvez o maior centro de conhecimento do mundo antigo.
Eratóstenes sabia que em Syene (actual Assuão, sul do Egipto), o sol do meio-dia no solstício de verão caía logo em cima: não havia sombra e o reflexo do Sol chegava ao fundo dos poços.
No entanto, em Alexandria, que fica ao norte, nesse mesmo dia e à mesma hora, os objectos projectavam uma sombra. Essa diferença só poderia ser explicada se a superfície da Terra fosse curva.
Então Eratóstenes fez uma experiência: cravou uma vara vertical no solo de Alexandria e, ao meio-dia do solstício, mediu o ângulo da sombra projectada.
Obteve um ângulo próximo de 7,2°, que é 1/50 de um círculo completo (360°).

Com essa informação, ele fez um cálculo brilhante:
Se 7,2° equivalesse à distância entre Syene e Alexandria (aproximadamente 800 km segundo as estimativas da época), então multiplicando essa distância por 50, obteria a circunferência total da Terra.
Resultado: aproximadamente 40.000 km.
O número real hoje em dia é de 40,075 km, o que é uma margem de erro mínima, especialmente se considerarmos que o fez sem satélites, relógios atómicos ou calculadoras, além de outros factores…


NOTA: Texto pesquisado através da wikipedia com alterações e fotografias introduzidas por V. Oliveira 


terça-feira, 5 de agosto de 2025

TORRE DE CENTUM CELLAS – UM MISTÉRIO!...


Torre Centum Cellas, antigamente também denominada como Torre de São Cornélio, localiza-se no monte de Santo Antão, freguesia de Belmonte e Colmeal da Torre.

No contexto da invasão romana da Península Ibérica, a villa seria de propriedade de um certo Lúcio Cecílio que foi um abastado cidadão romano, negociante de estanho (metal abundante na Península Ibérica), e que a teria erguido pelos meados do século I. 

De acordo com os testemunhos arqueológicos, foi destruída nos meados do século III por um grande incêndio, e reconstruída posteriormente.

Na época medieval, sobre os seus restos, construiu-se uma capela sob a invocação de São Cornélio, que as lendas associavam ao local, mas que caiu em ruínas e desapareceu por completo pelo século XVIII.

Esta Torre, ao longo dos séculos, vem despertando as atenções de curiosos e estudiosos, suscitando as mais diversas lendas e teorias em torno de si.

Uma das tradições, por exemplo, refere que a edificação teria sido uma prisão com uma centena de celas (donde o nome), onde teria estado cativo São Cornélio  (donde o nome alternativo).

Sobre a sua primitiva função, acreditava-se que pudesse ter sido um acampamento romano. Entretanto, campanhas de prospecção arqueológica na sua zona envolvente, empreendidas na década de 1960 e na década de 1990, indicam tratar-se, mais apropriadamente, de uma villa, sendo a torre representativa da sua pars urbana, estando ainda grande parte da pars rustica por escavar. 

São Cornélio


NOTA: Recolha resumida e trabalhada por V. Oliveira