terça-feira, 5 de julho de 2016

REINOS DE ANGOLA

A República de Angola é, depois do Congo (Ex-Zaire), a maior nação ao sul do Saará. Com uma área de 1.246.700 Km2, foi durante quinhentos anos uma grande colónia portuguesa. Angola está situada na costa ocidental da África, em frente ao Brasil e tem fronteiras ao norte com a República Popular do Congo; a nordeste, com a República Democrática do Congo ou Ex-Zaire; a leste com a Zâmbia; e ao sul, com a Namíbia. O território tem um comprimento máximo de 1.277 Km no sentido norte/sul e 1.236 Km de leste a oeste. Em fronteira marítima tem 1.680 Km e terrestre 4.928 Km. De acordo com o mapa dos reinos históricos de Angola o reino do Kongo englobava as províncias do Zaire, do Uíge, a maioria da província do Bengo e do Cuanza Norte, bem como a parte norte da província de Malanje. O reino do Kongo era o maior de Angola, pois grande parte de Angola pertencia ao reino do Kongo, porém o nordeste de Angola pertencia ao império Nlúnda. Os reinos de Matamba e Ndongo, englobava parte das províncias de Malanje, do Bengo e quase toda a província do Cuanza Sul, com excepção do reino de Quiçama, que situava-se na parte costeira do Cuanza Sul.
Os reinos do planalto eram: Manba, Sanga, Ndalu, Bailundo, Tchisangê, Nganda, Tchiaka, Huambo e Bié, totalizando nove impérios, só na grande área do planalto, porém o reino de Cassanje englobava parte da província do Bié, a baixada da actual Cassanje e a parte ocidental de Lunda Norte, causando grandes batalhas entre os reinos de Bié e Cassanje pois o rei de Bié dizia ser dele aquelas terra , enquanto o rei de Cassanje dizia o mesmo. Os reinos Tchokwe era o império Nlunda, que englobava a província de Lunda Norte e parte de Lunda Sul. Os reinos do sudoeste eram: Músô, Huíla, Mulundo, Helelos, Tchípúngo, Tchíwémba e Nagámbwe. A formação étnica de Angola iniciou-se a partir da migração dos bantos, povos que falam as línguas bantu, comum na África Oriental, Central e Meridional cujo termo singular é "munto", que significa "homem", "pessoa". Quando em 1482, os portugueses chegaram ao estuário do Rio Congo, os povos bantos já se encontravam ali em diversos reinos. “A expansão das línguas bantu pode reflectir a ocorrência de grandes migrações que terminaram bem antes do ano 1100”. No entanto, a história desta população primitiva da África Negra só começou a ser decifrada a partir do século XIX, quando o mapa do continente negro foi discutido intensamente na Conferência de Berlim de 1884. De acordo com os etnólogos especialistas em África, a etnia Banto, compreendia vários grupos como: Bacongos, Lunda-Cokwel, Mbundu, Ovimbundo, e outros pequenos subgrupos, que se expandiram pela África a partir da zona equatorial. A penetração dos portugueses nos seus territórios teve início no reino dos bacongos, actual Zaire, província de Angola ao norte do país. Dentro da visão expansionista dos portugueses já havia uma consciência de que a conquista deste território não seria fácil, porque os bacongos, antes da chegada do colonizador, já dominavam técnicas da metalurgia, transformando ferro em instrumentos de guerra, conseguindo assim hegemonia territorial sobre os outros reinos próximos ao seu Estado. Em volta do reino bacongo havia outros estados menores os quais em virtude da distância do centro, eram considerados independentes teoricamente, na prática respeitavam a supremacia do "manicongo". (Manicongo: o mesmo que reino do Congo. Compreendia Matamba e Angola).” Entre estes reinos distantes destaque para três: Ngoyo; Cacongo e Luango na costa do Atlântico a norte do estuário do Congo, área conhecida como Matamba atravessado pelo vale do Cuango a sudeste, e a região de Ndongo, que incluía quase toda a parte central de Angola, de ambos os lados do Rio Quanza. Quando houve os primeiros contactos com os portugueses, o mais importante dos muitos pequenos chefes da região de Ndongo era um que possuía o título hereditário de Ngola, que os colonizadores deturparam dando mais tarde o nome de Angola à Colonia" Em 3 de maio de 1560, o navegador português Paulo Dias Novaes chegou à barra do Quanza, apesar de Diogo Cão ter sido o descobridor. A ocupação Lusa em Angola deu-se efectivamente no século XVI. Favorecido pela diversidade étnica dos Bantus, Paulo Dias Novaes iniciou sucessivas guerras contra os sobas que resistiam à ocupação. Segundo historiadores "do ano de 1579 até hoje, Angola não teve mais do que 20 anos consecutivos de paz". Apesar da resistência, o avanço do colonizador era incontestável, pois era uma luta extremamente desigual, valendo apenas a bravura daqueles pioneiros na batalha contra a expansão ultramarina. Um outro lado a considerar é que diversidade não cria unidade, desta forma a estratégia utilizada pelo colonizador foi a de dividir para reinar, criando desentendimento entre as diferentes etnias, apoiados por outros reinos de seu interesse. “Às surriadas de tiros das armas europeias e luso-angolanas, ripostavam verdadeiras chuvadas de flechas e pedradas lançadas pelos indígenas. Por fim, a defesa cedeu, caindo na mão do exército grande número de prisioneiros, entre os quais Ngunza-a-Mbambe e seus macotas, imediatamente degolados, com muitos companheiros. Estava-se em 9 de agosto de 1679. Enterrados os mortos, tratados os feridos e restaurados as forças dos sobreviventes, Luís Lopes de Sequeira prosseguiu a rota determinada pelo regimento, isto é, deslocou em direcção ao "Sobado" (provém de Soba – autoridade tradicional de um lugar, chefe de tribo africana), de Quitequi Cabenguela, causador da mobilização. Pelo caminho avassalou matumbo-a-Hoji e Catuculo Caquariongo, sobas poderosos, o primeiro dos quais reforçou o exército com seus homens de arco. Findas oito jornadas de marcha, a coluna alcançou um morro elevado, em cujas cumeadas se sobrepunha a sanzala principal de Ngola Quitumba, importante chefe negro da região, e fez alto neste ponto; e vindo a saber, depois que se encontrava ali refugiado Quitequi Cabenguela, o grande adversário a combater, abriu trincheiras e tomou todas as medidas para conquistar a difícil posição-" A luta do povo angolano do ponto de vista da resistência representou o início de um ensaio da libertação política, já que as determinações da coroa portuguesa eram explícitas em direcção à futura expansão territorial. Durante os anos que Paulo Novaes passou nas terras angolanas, pôde ver bem em que condição poderia fazer a ocupação e a colonização portuguesa. Dentre as informações colhidas sobressai uma, que dizia respeito às minas de prata do Cambambe. Paulo Novaes na visita que fez ao reino, conseguiu despertar interesses do soberano por aquelas terras. Ele deixou a impressão à coroa portuguesa de que poderia fazer em Angola uma colonização agrícola fácil, semelhante à do Brasil. Soube ver o perigo da infiltração das outras potências europeias, que começavam a olhar com cobiça para as terras além-mar. Como o Brasil, Angola teve o seu período pré-colonial, quando os interesses da coroa portuguesa ficaram voltados para outros territórios em virtude das condições mercadológicas do século XVI. A forma adoptada pelos portugueses na ocupação e colonização de Angola, foi o sistema de capitanias implantado por Paulo Dias de Novaes. A capitania tinha trinta e cinco léguas de Costa, começando a contar da foz do Rio Cuanza para Sul. No interior podia entrar até onde fosse possível, recebendo ainda outras doações, que poderia escolher sob três condições: deveriam ser repartidas em quatro partes; entre cada uma delas haveria pelo menos um espaço de duas léguas; sendo aproveitadas no prazo máximo de vinte anos a contar da data da posse.
O reino de Cabinda correspondia aproximadamente ao actual território de Cabinda. A maioria destes vinte e cinco reinos, foram extintos durante o século XVI. Existem provas documentadas que, comprovam que muitos desses impérios foram erguidos ou construídos, antes da era cristã. Ainda hoje existem alguns desses reinos no país de Angola que são conservados pelo património histórico.
O capitão Paulo Dias de Novaes tinha obrigações como: 1º - defender, povoar e cultivar a terra, sem qualquer custo à coroa portuguesa;2º - construir três fortalezas nas terras do domínio real; 3º - explorar toda a costa ocidental da África desde o Rio Cuanza até ao Cabo da Boa Esperança. O donatário ficava, contudo, com uma larga margem de benefícios, porém sem qualquer recurso a pedir ou exigir algo da coroa portuguesa. Nestas condições o mercado esclavagista foi uma opção rentável, além da utilização de todos os recursos dos rios e portos que nestas terras houvesse. Paulo Dias de Novaes tinha ainda a obrigação de estabelecer as famílias europeias na sua capitania, sobretudo agricultores e os mais variados grupos sociais, independentes procedentes da metrópole. Pretendia-se com esta medida espalhar naquelas terras os costumes europeus e ensinar aos autóctones o aproveitamento das riquezas naturais. Enfim, era um plano de colonização. Procurava-se evitar em Angola os erros cometidos no Brasil, aproveitando a experiência adquirida para os futuros indígenas nas terras de Ngola. Apesar de todo o planeamento “o rei de Angola não se mostrou tão fiel aliado dos portugueses como o rei do Congo.” Reagindo a invasão, os sobas e os reinos dominados, iniciaram uma série de revoltas. As mais importantes revoltas ocorreram no sobado da Quiçama, e no sobado dos Dembos que protegiam grupos de escravos fugitivos, do Ndongo, da Matamba, do Kongo, de Cassanje, do Kuvale e do Planalto Central. Das pequenas revoltas, que foram apagadas na história dos vencedores, algumas permaneceram como testemunho da resistência, mostrando que as revoltas nunca cessaram na extensa capitania de Paulo Dias Novaes.
   1ª - A revolta de 1570: foi liderada pelo carismático "Bula Matadi", um aristocrata, que vendo o perigo que corria o seu povo, fez uma guerra de resistência para que não fossem explorados e dominados pelos portugueses. Bula Matadi mobilizou toda a comunidade para expulsar os portugueses do reino do Kongo, com a perspectiva de acabar com as intrigas que enfraqueciam o reino. Os portugueses intervieram militarmente ao lado do rei do Kongo, depois de muitas batalhas Bula Matadi foi morto no último combate. 
2ª - Resistência no Ndongo: No reino do Ndongo, foi forte a resistência contra a chegada dos portugueses. Com o espírito aventureiro, Paulo Dias de Novaes procurou o Ngola a fim de se informar das riquezas que havia no Ndongo. Desconfiado das intenções de Novaes, não lhe facilitou seu desejo e teve-o preso em Kabasa durante cinco anos. Quando libertou o capitão português, ele regressou ao seu país e voltou alguns anos depois com homens armados, dispostos a fazer a guerra ao Ndongo, a partir da cidade de Luanda, onde se instalou e mandou construir uma fortaleza. Ngola Kilwenje era então o rei do Ndongo. O seu exército conseguiu vencer os portugueses em várias batalhas, embora as armas fossem simples lanças, arcos, flechas, mocas e matracas contra as armas de fogo que os invasores traziam. Contudo, a resistência enfraqueceu à medida que alguns chefes foram abandonando a luta e, quando Ngola Kilwanje morreu, o Ndongo foi aos poucos ocupado pelos agressores. Muxima, Massangano, Cambambe foram caindo na posse dos portugueses que construíram fortes nos pontos altos a fim de melhor vigiar e dominar as populações. Algumas tribos e chefes sujeitaram-se a esta situação e pagaram tributos em escravos aos capitães portugueses. Outros preferiam fugir das áreas ocupadas e continuar a lutar, refugiando-se em zonas protegidas como as ilhas do Kwanza 
3.ª- Njinga Mbandi: O maior símbolo da resistência ficou para a Rainha Njinga Mbandi, que além da luta contra a ameaça do colonizador, conseguiu aliar os povos do Ndongo, Matamba, Kongo, Cassanje, Dembos, Quiçama e do Planalto Central. Foi essa a maior aliança que se constituiu para lutar contra os portugueses. As diferenças e interesses regionais foram esquecidos a favor da unidade contra o inimigo comum, Agostinho Neto num dos seus discursos disse o mesmo em relação aos outros dois movimentos de libertação considerando os portugueses o inimigo comum aos três. Esta unidade teve os seus efeitos positivos: durante vários anos, os portugueses perderam posições e foram reduzidos a um pequeno território de onde seriam expulsos se não recebessem reforços. "Desejando restabelecer a paz com o Governador, depois de exaustivas lutas, a nova rainha mandou à Luanda (principal base dos portugueses), uma embaixada, que alcançou os seus objectivos, mediante a intervenção, por ela solicitada, de figuras eclesiásticas de realce entre as quais o bispo. Proposto em 6 de Setembro de 1683, o tratado de vassalagem obedeceu a oito condições, estipuladas pelo Governador e aceites pelos protectores da soberania". O destaque destes termos está no item quatro, que na íntegra força a rainha a dar abertura em suas terras para os forasteiros e caçadores de escravos "Será a mesma rainha obrigada a mandar abrir os caminhos para o comércio, sem impedimento ou franquias nas terras do seu estado, e para que os pumbeiros pudessem ir e vir livremente sem que ela ou vassalo seu algum lhes possam impedir as suas actividades. O termo pumbeiros é o mesmo que pombeiros: agentes na sua maioria formados por mestiços. Os pombeiros trabalhavam por conta dos grandes chefes, sobas ou militares portugueses. Durante um ou dois anos, internavam-se no interior de Angola, trocavam os escravos por tecidos, vinho e objectos, missangas, espelhos e quinquilharias, voltando com uma centena de negros, homens e mulheres acorrentados. Este tráfico tinha o nome de "Guerra Preta" porque arrancavam sempre por meios violentos os negros das aldeias. Contudo eram os próprios negros, entre os quais os Jingas, que, levados pela ambição de possuir os objectos trazidos pelos portugueses, faziam guerra aos seus irmãos de cor. Existia até uma moeda especial para pagar os escravos. Em determinada altura, foi uma espécie de conchinha, importada do Brasil, a que deram o nome de Jimbo. Mais tarde, um tecido de folhas de palmeiras o "pano" substituiu o Jimbo. Muitas vezes os auxiliares da "guerra preta" eram os próprios chefes negros, os Sobas que trocavam os seus súbditos por vinho, tecidos, sal ou pólvora. Os portugueses forneciam auxiliares a estes sobas: um dos seus soldados servia igualmente de guarda e ordenança. Documentos do século XVII, contam-nos como o comércio, a espionagem, escravatura e a evangelização, sempre foram armas imprescindíveis na conquista e expansão colonial. Há quem pretenda que as razões económicas estão na base da infiltração portuguesa em África, mas nesse período histórico todas as formas para a subordinação dos indígenas foram utilizadas como estratégias traçadas e coordenadas a partir das principais falhas e nas enormes dissidências tribais, linguísticas e culturais na composição étnica de território Angolano. Os acordos de vassalagem foram extremamente desiguais na composição do reino do Sonso, Quacar, Puriamujinga, Lindi, Cassem e Damba, pois a passagem dos pombeiros teve a garantia do governo central, cabendo aos vassalos, sobas e toda a comunidade indígena de Angola aceitar as condições acordadas ou a sofrerem a imposição de retaliações militares. Na revolta da Rainha Njinga Mbandi, apesar da sua percepção para uma possível unificação étnica na luta contra o colonizador, a questão da força bélica Lusa foi um factor decisivo. No entanto, passados vários séculos da morte da Rainha Njinga, a ideia da unidade do povo angolano ainda não se encontrava configurada pacificamente.
4.º - EKWIKWI II do Bailundo. Ekwikwi II, foi outro herói da resistência, que reinou no Bailundo no planalto Central de Angola há cerca de cem anos, com influência notável em toda a região. Quando chegou ao poder, os portugueses já dominavam todo o norte de Angola e preparavam para a penetração no interior do Planalto Central em busca de cera, borracha e outros produtos. Nessas circunstâncias, Ekwikwi resolveu preparar o seu povo militar e economicamente para enfrentar a guerra prevista. Sendo assim, ele intensificou a agricultura, principalmente o cultivo do milho, dieta indispensável na cultura dos Bantos. O milho era enviado em caravanas para o litoral na base de troca com os sobados vizinhos. As caravanas do bailundo, com o passar do tempo, passaram a avançar para outros Estados. Com essas viagens, foram expandindo para as novas áreas da borracha e colmeias, tornando o reino do Bailundo conhecido em toda a África Central como o estado mais rico do planalto com vários produtos para o consumo interno e exportação. A comunidade do bailundo viveu intensamente os modelos para a defesa dos direitos e soberania dos estados do planalto baseados nos princípios de Ekwikwi II que, além de fortalecer o seu exército, estabeleceu uma aliança sólida com Ndunaduma I, rei do Bié, para fortalecer sua posição na região. Ekwikwi II foi um rei progressista, dinâmico que sempre governou ao lado do seu povo. Ele foi sucedido por Numa II, que, corajosamente, enfrentou a guerra contra a pesada artilharia portuguesa no ataque à capital do Bailundo. Aos poucos as forças militares portuguesas foram ocupando pontos estratégicos. O Bailundo foi totalmente dominado, sem qualquer resistência a nova imposição Lusitana. 
5.º- Mutu-Ya-Kevela. Em 1902 os portugueses já tinham o domínio, e ocupação de grande parte do território angolano. Na região do planalto houve a fixação de alguns comerciantes portugueses em busca do milho, cera e borracha. Havia também fortificações construídas em Huambo e Bié para apoiar as trocas comerciais e manter a ocupação na região. Mesmo em pleno século XX, os portugueses mantinham o recrutamento para trabalho escravo na agricultura. Mutu Ya Kevela, o segundo homem mais importante na região, após o rei Kalandula do Bailundo, questionou as autoridades portuguesas contra o trabalho forçado imposto pelos imperialistas. Mutu-Ya-Kevela reuniu todos os sobados e reinos do planalto, convocando 6000 homens contra as colunas militares portuguesas, que sufocaram os rebeldes de Angola em 1902.
6.º - Mndume, Rei dos Kwanyama. O sul de Angola esteve sempre disputado pelos portugueses e alemães. Aproveitando tal rivalidade, Mandume, rei do Kwanyama, conseguiu obter armamentos dos alemães, que serviriam para lutar contra os portugueses. Preocupados com uma futura ocupação dos alemães, os portugueses atacaram Njiva de surpresa, antes que o mesmo organizasse a luta armada. Mandume fugiu, iniciando em todo o território Ambó, uma tentativa de unir todas as tribos contra os portugueses. Os Ambós, muito bem organizados, comandados por Mandume, venceram os portugueses numa série de batalhas, obrigando os militares lusitanos a buscar reforços. Os portugueses utilizaram um sistema que ambos conheciam muito bem, corromperam parte da guerrilha Kwanyama, assim venceram as batalhas de Mongwa e . Sabendo da vitória dos portugueses, devido ao grande poder de artilharia, e pela traição de alguns sobas, Mandume suicidou-se em 1917, preferindo a morte do que viver sob a subordinação dos colonialistas. Apesar da resistência e com a luta pela independência de alguns reinos, a ocupação do litoral ocorreu por meio de um jogo de interesses comerciais entre os portugueses e as diferentes tribos de Angola. A evangelização e tribalismos muito contribuíram para a ocupação tanto no passado, como no presente. A configuração étnica de Angola, determina um provincianismo, ou regionalismo, que dificulta a regulação social do Estado, em função dos diferentes dialectos no mesmo território.

Texto de Antonio José Canhoto.

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